Opinião

Exigem uma resposta convincente

Nos últimos tempos, nos últimos tempos recentes, foram apreendidas na cidade e província de Maputo elevadas quantidades de droga. Uma, a primeira, no Porto de Maputo, A outra, a 

 

segunda, na lixeira de Mavoco, em Boanae. Referindo-se à droga apreendida no Porto de Maputo, o jornal “Notícias” titulava em primeira página (edição da passada quarta-feira), que “Confirmado o facto falta a quantidade”. Para além da ambiguidade do título, fica a certeza de que, afinal, o que foi apreendido era mesmo droga. A abrir a referida local, o matutino esclarecia que Deverão ser conhecidos próxima semana os resultados definitivos das investigações em curso sobre a droga contentorizada descoberta e apreendida no Porto de Maputo sexta-feira última. Fontes que trabalham no caso garantiram ao “Notícias” que as diligências até aqui efectuadas permitiram concluir que se trata, efectivamente, de droga, faltando, porém, saber determinar as quantidades e a sua tipicidade. Depois de outros considerandos, o matutino escreve ser de referir que desde o primeiro momento da descoberta da droga um certo clima de divergência de posições se sobrepõe à pertinência de divulgar ou não a ocorrência entre algumas entidades que intervêm nas diversas fases de manuseamento da carga a nível do recinto ferro-portuário. Acrescenta o “Notícias” que Este caso é anterior ao das cinco toneladas de haxixe encontradas na noite do último domingo aparentemente abandonadas próximo da lixeira de Mavoco, no distrito de Boane, província de Maputo. Pelo que se pode ler, isto é droga quanto baste para fartar e para alimentar barrigas e bolsos de muita gente. Daí, muito provavelmente, o aparente conflito de interesses entre o divulgar e o não divulgar. O que, num caso como este, em que estão em jogo muitos milhões de dólares norte-americanos pode não ser de decisão fácil. Mas, para além de todos os considerandos que podem e devem ser feitos, importa elogiar o trabalho das autoridades moçambicanas. Pela apreensão de tão elavas quantidades de droga. E, ao que tudo indica, de drogas pesadas.

 

 

Neste, como em muitos outros casos do género, sobram sempre algumas dúvidas. Talvez incómodas. Talvez dúvidas metódicas. Mas que a procura da verdade exige repetir. Repetir sempre. Então, será que ninguém sabe donde vinha e a quem se destinava a droga apreendida no Porto de Maputo? Ninguém sabe quem expediu e quem deveria receber o contentor que transportou a droga. Parece não ser possível. Sabe-se, no mínimo, donde veio e para onde ia o contentor com droga. Alguém pagou para ele chegar a Maputo. As empresas marítimas não são instituições beneméritas. Não lucrativas. São empresas com fins lucrativos para prestarem os serviços que prestam. E, ao que se sabe, não são sociedades secretas. A menos que tenham virado associações mafiosas. Queremos acreditar que ainda não. Então, sem medo, investiguem. Estes casos de drogas descobertas em terras moçambicanas exigem outra a diferente resposta. Exigem uma resposta convincente.

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