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DAS CIDADES SUL-AFRICANAS À QUELIMANE: O MESMO LADO ESCURO DA NATUREZA HUMANA

Por admin

“O caminho dos perversos é como a escuridão; nem sabem eles em que tropeçam.” Pv 4:19

Em 1887, Henri-Alexandre Junod, um recém ordenado Pastor Missionário para África, pela Igreja Independente de Motiers em Val-de-Travers (Suíça), no seu sermão de despedida intitulado: “O lado Escuro da Natureza Humana”, disse aos ouvintes da sua congregação: “No fundo do coração do homem, e consequentemente dos Estados, estão os vestígios da brutalidade selvagem, do orgulho sem freios”. Mais tarde, Patrick Harries, seu biógrafo, escreveria que Junod acreditava mesmo sem nenhuma experiência ainda, que os remanescentes da primitiva condição humana, confinados apenas parcialmente no inconsciente na Europa, eram ainda um elemento da vida quotidiana em África.Junod, escreveu ainda um poema sem título com o seguinte conteúdo: “Ali, onde ébrio pelas suas victórias, /Satanás, nas suas negras sombras, /Comete os seus crimes odiosos. /Ali, onde a escura miséria/Não é rasgado por um raio de luz.” Um mês depois da sua chegada na sua nova missão emRikatla,Junod, escreveu e enviou os primeiros relatórios que reflectiam aquela sua preocupação acerca do poder diabólico naquela a que chamou de “terra primitiva”: “Na aldeia pagã, vizinha å estação missionária, ouvem-se sons horríveis. São explosões de risos estridentes, selvagens que cortam a respiração, por vezes dominados por um estranho grito, como o lamento de uma criança. Depois, a algazarra, os uivos, os ruídos mais horrendos de que é capaz a garganta humana. Quando os gritos acalmam um pouco, as vozes de rapazes ou mulheres entoam uma espécie de cântico sem melodia, no qual abundam inalações violentas e sons guturais”. Um século e meio depois, as cenas descritas pelo então jovem Pastor Missionário Junod, continuam a repercutir-se um pouco por toda a África. Hoje, nalgumas cidades da vizinha África do Sul, homens de cenho franzido, “explodindo risos estridentes, selvagens que cortam a respiração”, munidos de armas brancas, possuídos por espírito diabólico, accionam o seu lado escuro e invadem residências alheias e sem dó nem piedade tiram a vida a muitos inocentes incluindo crianças. Cá no “Nosso Quelimane”, mais concretamente na Cidade de Quelimane, o bafo diabólico roça “o lado escuro da natureza humana”: Familiares de uma mulher que segundo as autoridades sanitárias, terá perdido a vida, vítima de cólera, invadiram um Centro de Tratamento de Cólera e, além de vandalizá-lo, roubaram material hospitalar, (mesas, camas, lençóis, baldes contendo lixo sanitário – fezes incluídas – etc.), visivelmente possuídos pelo mesmo espírito diabólico dos “Afrofobistas”, Sul-africanos. É “o lado escuro da natureza humana” que domina os corações dos Homens. Esta sombra, infelizmente não é apenas um problema individual. Grupos de gente e até nações têm sombras colectivas, que podem levar a criação de acções perigosas, até conseguirem bodes expiatórios, como Racismo, Xenofobia, Boko Haram, Kalupetecas em Angola, mortes na Somália, Iémen, etc. É, mesmo “o lado escuro da natureza humana”. Deus nos acuda!

Kandiyane Wa Matuva Kandiya
nyangatane@gmail.com

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