Opinião

Colocar o dedo na ferida dói

Não com muita frequência, não com a frequência que desejaríamos, ainda nos vão chegando notícias boas. Que nos animam. Que nos dão satisfação. É o caso da que se refere à reparação da Avenida Nyerere, no troço que vai da Praça do Destacamento Feminino até ao Nó do Palmar, que está completamente esburacado. 

 

Que se encontra aberto há bastante tempo mas ainda não inaugurado. Vejamos o que nos informa o jornal “Notícias” (edição do dia 26 de Abril findo, página 3). Sob o título Empreiteiro obrigado a repor “Julius Nyerere”, escreve que O troço da avenida Julius Nyerere entre a Praça do Destacamento Feminino e o Nó do Palmar, já reaberto ao Trânsito, será novamente reconstruído, por apresentar péssima qualidade. Acrescenta o matutino que A correcção daquela rodovia, quer liga o centro da cidade, e os bairros a norte de Maputo, inicia a 10 de Maio próximo e consistirá da remoção do as falto e da base da estrada que tinham sido colocados às quais se seguirão a sua reconstrução. Ficamos também a saber que A degradação do troço aberto em Maio de 2013 acontece numa altura em que decorrem ainda as obras de reabilitação da restante parte da avenida Julius Nyerere, prevista no acordo entre o município e a Britalar Ar-Lindo, concretamente entre o Nó do Palmar e a Praça dos Combatentes. Segundo o vereador de Infra-estruturas no Município de Maputo, (…) o empreiteiro Britalar Ar-Lindo foi orientado a reconstruir aquele troço com fundos e meios próprios, obedecendo a qualidade prevista no contrato. Parece oportuno recordar que as obras de reabilitação da referida artéria foram iniciadas em 2011 e deveriam ter sido concluídas em 2012, mas devido à ocorrência de vários factores acabaram sendo prolongadas até Outubro próximo, depois de sucessivos adiamentos.

 

São numerosas, sucedem-se as notícias sobre obras do Estado realizadas sem um mínimo de qualidade. Ou cujos empreiteiros contratados depois de receberem o dinheiro o dinheiro do trabalho contratado “fogem” com os bolsos cheiros para não mais serem vistos. E sem que nada lhes aconteça. No caso concreto da referida artéria de Maputo, seria importante saber se a referida empresa tem capacidade técnica e financeira para realizar os trabalhos para que foi contratada. E quem fez essa avaliação e em que momento do processo. É bem possível que não tenha. E que tenha sido um negócio pouco transparente. Vale a pena aprofundar a questão e levar a investigação até às últimas consequências. Para ficarmos a saber para que servem os concursos públicos e a quem servem. Ou quem se serve deles nos moldes em que são feitos. Mas, cuidado. Como todos sabemos, colocar o dedo na ferida dói.

 

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