O calor, os acidentes de viação e os religiosos, quanto a mim, fazem parte de um sistema entre si interligados e que afligem a muitos de nós. Claro que o calor é um fenómeno natural tão antigo que existe desde que o mundo se criou. Só que, nos meus mais de três quartos de século de existência neste planeta, nunca havia sentido um calor tão intenso como o que se faz sentir nos dias que correm.
Quando adolescente, transpirei, descalço, apanhando castanha de caju e arrancando mafurra, debaixo duma verdadeira canícula, para em troca receber um par de sapatilhas brancas e respectivos calções, mas o calor era suportável. Nessa altura também travei inúmeras batalhas com os macacos a assediar o milho da nossa machamba, no meio dum calor abrasador, mas sustentável. Porém, actualmente, o calor tornou-se um flagelo que provoca em muita gente irritabilidade, fraqueza, depressão, ansiedade e no meu caso até provoca-me a incapacidade para me concentrar. Fazer o quê! É um fenómeno natural, mas não deixa de ser um martírio. E os acidentes de viação? Esses já são produto do Homem, sendo, quanto a mim, as principais causas responsáveis pelo elevado número de mortes nas estradas do nosso país. A condução sob o efeito de álcool (embriaguez se assim quisermos), o excesso de velocidade, as manobras perigosas, a condução distraída (muitas vezes ou quase sempre provocada ‒ a distracção ‒ pelo uso do celular), a fadiga são, quanto a mim, as principais causas de tantos acidentes de viação. Há uns tempos, todos os autocarros sob a responsabilidade dos TPM levavam um rótulo que convidava o público em geral a denunciar qualquer manobra inadequada do automobilista, pois lia-se na parte traseira mais alta do autocarro a frase “Como conduz ele?” e, de seguida, indicava o número de contacto. Infelizmente, agora, os condutores desses autocarros não se sabe qual foi o critério da sua selecção, além do seu aspecto físico que parece ser de pouca idade e, como consequência disso, inexperientes, fazem ultrapassagens arrepiantes e enervadoras para qualquer outro utente da via pública. Leia mais…
Por Kandiyane Wa Matuva Kandiya
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