Preços da democracia gratuita importada pelos africanos
A queda do muro de Berlim no inicio da década de 1990 abriu espaço para a importação gratuita da democracia pelos países africanos com tradição de ditadura, liderança vitalícia e falta de transparência e de prestação de contas da gestão do dinheiro e da coisa do povo.
Na África do Sul, o regime do apartheid nunca prestou contas ao povo sul-africano na gestão do pais.
Fazia negócios à porta de cavalo e à luz da vela com seus aliados ocidentais, com Estados Unidos da América e Reino Unido à cabeça, violando as sanções impostas Nações Unidas por causa do racismo institucionalizado.
Após 82 anos de luta contra o sistema racial e pelos direitos e liberdades da maioria, o ANC foi colocado no poder pelo voto popular em Abril de 1994. Os sul-africanos e o Mundo em geral respiraram de alivio.
No entanto, 22 anos depois, o ANC parece ter esquecido da formula de boa governação democrática e é acusado de arrogância na gestão do dinheiro e da coisa publica. Parte da população que lhe colocou no poder, incluindo veteranos antiapartheid, exige a queda de Jacob Zuma.
Mas o veterano político diz que não há corta-mato, apesar de ter sido pronunciado violador da Constituição na gestão do caso da construção da sua residência particular de Nkandla com o dinheiro do povo sul-africano.
Na pérola do Indico, os governos da república popular e da segunda república fizeram dividas em nome da defesa da soberania e da guerra contra bandidos armados.
Com honestidade e diplomacia do governo do deixa andar de Mariazinha, a divida foi perdoada pelos credores aliviando o povo e o pais, sem barulho ruidoso em casa pela prestação de contas e pedido de explicação publica.
Na relativa consolidação da democracia importada e distribuída gratuitamente, o maravilhoso povo exige a prestação de contas e transparência na gestão do seu dinheiro. O tribunal da opinião publica, através das redes sociais, julgou e condenou o líder visionário, filho mais querido e sua companhia.
Os membros do glorioso partido na escolinha do barulho estão tramados, porque o conclave decidiu que o maravilhoso povo tem direito de ser clara e devidamente informado sobre o que aconteceu com a mola ou matambira – dinheiro. São preços da democracia.
Do topo do pedestal dos países africanos mais procurados do Mundo pelo sucesso da gestão pós-longo conflito armado e rápido crescimento económico, a pérola do Indica está em queda livre para o fundo da caixa de lixo mundial exacerbada pelo retorno aos tiros, cujos danos são deliberada e publicamente camuflados ou ignorados. (x)
Simião Ponguane