Xenofobia está activa na África do Sul contra africanos
Dirigentes políticos sul-africanos negam, mas é verdade.
A Xenofobia, aversão em relação aos estrangeiros, está muito activa em quase todos os sul-africanos, incluindo funcionários em diversas instituições do Estado.
A reconciliação entre negros e brancos é ainda uma miragem, 21 anos depois da queda do apartheid.
Há zonas de circulação “proibida” para brancos à luz do dia, mas os negros têm livre transito e movimento.
Entre negros, a xenofobia manifesta-se basicamente contra emigrantes africanos em todos os sectores.
Agentes da Policia têm aplicado métodos xenófobos quando interpelam estrangeiros de origem africana.
Durante a onda da xenofobia registada em Abril de 2015 na qual pelo menos sete pessoas foram assassinadas, incluindo dois moçambicanos, o Ministro dos Assuntos Internos, Malusi Gigaba, disse que mais de trezentos suspeitos tinham sido detidos. Mas até hoje desconhece-se o tribunal no qual os detidos foram julgados.
O caso da morte de Emmanuel Sithole atribuído a criminosos foi julgado nos tribunais de Alexandra e regional de Joanesburgo.
Dois dos quatro jovens envolvidos no crime foram considerados culpados do homicídio do emigrante moçambicano e vão apanhar pelo menos 15 anos de prisão no Tribunal regional de Joanesburgo.
O terceiro é considerado culpado de roubo e agressão.
O quarto e ultimo foi ilibado por falta de provas do seu envolvimento no crime.
Em 2008, mais de 60 pessoas foram assassinadas durante a xenofobia na qual o moçambicano Alfabeto Nhanwave foi queimado vivo, tendo a sua imagem em chamas circulado o Mundo.
Os autores do crime hediondo foram postos em liberdade sem julgamento e o caso foi encerrado.
Em debates radiofónicos sobre desafios socioeconómicos afectando a sociedade sul-africana, muitos intervenientes dizem cobras e lagartos contra estrangeiros.
Acusam estrangeiros de serem culpados de trafico de drogas que circulam à luz do dia na África do Sul, onde
cerca de 50 pessoas são brutalmente assassinadas por dia em situações de crime e violência.
O Presidente Jacob Zuma tem estado a contradizer-se sobre a cultura da violência enraizada na sociedade.
Um dia diz que sul-africanos não são violentos, embora
quase todos os dias têm havido manifestações violentas exigindo serviços básicos e outros nas comunidades.
Noutro dia Jacob Zuma atribui culpa a luta de resistência contra o regime do apartheid.
Quase todos os países africanos, com excepção da Etiópia, foram brutalmente colonizados e travaram lutas prolongadas de resistência contra os colonizadores, mas os seus povos não são violentos como sul-africanos.
África do Sul, pais mais industrializado de África, está no topo da lista dos países considerados mais violentos do Mundo fora das zonas de conflitos armados. (x)
Simião Ponguane