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Madagáscar, tão próxima e tão distante…

TEXTO DE JORGE FERRÃO*

As culpas devem ser imputadas ao Gondwana. Essa épica separação dos continentes. Roubou de todos nós a idílica Madagáscar. Esse supercontinente que existiu ao Sul da linha do Equador, por volta de 200 milhões de anos atrás, nunca deveria ter permitido tamanha aberração.

Perdemos a terra. Jamais a identidade. Muito menos a coragem e a postura. Esperança por outros horizontes mantém-se intacta. Estes dois extensos países, terras que se perdem de vista, mantêm o M inicial de grandeza e soberania. Abraçam-se na alegria e na tristeza. Pacto aprimorado e abençoado pela natureza.

Estamos, neste acordo de cavalheiros, condenados à contemplação de fronteiras desmarcadas. Não nos abraçamos nunca. Ilustres e desconhecidos vizinhos. Madagáscar configurou-se como escudo protector natural dos ventos fortes. Nenhum ciclone alcança o nosso litoral, sem que, antes, refine a sua potência e espírito maligno na muralha gigante. Deveríamos indemnizá-lo com uma taxa anti-ciclónica. Prevenção de serviços meteorológicos catastróficos.

Madagáscar não é, apenas, a terceira maior ilha do mundo. A exuberante natureza impressiona até ao Criador. Incomparável endemismo. Mistérios ancestrais de espíritos naufragados. Castelos imperiais que ardem no mesmo dia, em colinas diferentes. Aqui rodam os filmes que fazem sucesso nas bilheteiras americanas. Grande escapada. Madagáscar 1-2. O mundo rende-se às relíquias e evidências. Uma eterna e impressionante longa metragem.  Leia mais…

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