Política

Guebuza agradece e despede-se do seu povo

População tece rasgados elogios à acção governativa do Presidente da República nos dois mandatos, onde pontificam a construção de infra-estruturas públicas e a concessão dos “7 milhões” como as principais realizações     

Palavras de apreço, gestos de carinho e agradecimento têm marcado os momentos de interacção entre o Presidente da República, Armando Guebuza, e a população de diferentes distritos visitados nas províncias do Niassa e Cabo Delgado no âmbito da realização da sua derradeira edição de Presidência Aberta e Inclusiva (PAI), volvidos sensivelmente dez anos de governação.

 

Um misto de alegria e melancolia tem caracterizado, na verdade, os vários momentos em que o Presidente Armando Guebuza resolve dizer “Adeus” à população dos diferentes cantos e recantos do país profundo que vem calcorreando desde o passado dia 17 de Março, em jeito de despedida à população, depois de ter estado a conduzir os destinos do país nos últimos dois mandatos.

As províncias do Niassa e Cabo Delgado tiveram o condão de ser escaladas nesse âmbito, nesta primeira etapa que termina já na próxima quarta-feira, dia 26 de Março, onde o PR e sua comitiva trataram de examinar o grau do cumprimento do Plano Economico e Social (PES), das orientações e iniciativas presidenciais, bem como aferir o que ficou por fazer em cada um daqueles pontos país.

A metodologia e praxe do exercício das presidências abertas levadas a cabo por Armando Guebuza nas edições anteriores mantem-se inalteráveis, embora a motivação e o conteúdo das suas intervenções tenham mudado. Desta vez, as palavras-chave são “agradecimento” e “adeus”.

Quero agradecer-vos (população) do fundo do meu coração pelo encorajamento, carinho e todo apoio que me deram durante os cerca de 10 anos da minha governação” tem sido esta uma espécie de refrão das mensagens transmitidas pelo Presidente da República na interacção com o povo.

A par disso, Guebuza não tem poupado esforço nem tempo para mobilizar apoios a favor de Filipe Nyusi, candidato do partido Frelimo para as eleições presidenciais que se avizinham, “e porque estou convicto de que ele vai ganhar estas eleições peço-vos que tal como fizeram comigo também o apoiem na sua governação porque ele é filho da Frelimo e tem no povo o seu guia e fonte de inspiração”.

Como sabem neste ano teremos eleições gerais, a 15 de Outubro, e eu deixarei de ser Presidente da República o que demonstra que no nosso país, nós respeitamos a Constituição, pois nela vem consagrado que a este nível, o Presidente não pode cumprir mais do que dois mandatos consecutivos”, disse Guebuza, persuadindo de seguida a população a depositar toda sua confiança no candidato da Frelimo, Filipe Nyusi, porque para além de ele ter garantido pessoalmente isso, “sabemos que continuará a seguir a linha da Frelimo e a trabalhar directamente para e com o povo moçambicano”.

 Guebuza, por vezes, não tem conseguido conter a emoção causada por este momento que ele próprio considera como sendo de certa forma difícil porque o “Adeus” sempre provoca um sentimento de saudades, tanto para quem sai, assim como para quem fica.

Aliás, este momento tornou-se mais emocionante ainda quando “de parte a parte verificou-se uma estreita colaboração e prossecução de objectivos comuns, tal como o esforço de reconstrução e desenvolvimento integral do nosso belo Moçambique”.

Segundo referiu Guebuza num comício popular na Aldeia de Ntoto, arredores da cidade de Lichinga, tudo quanto o Governo conseguiu realizar nos últimos dez anos deveu-se sobremaneira à participação activa da própria população da província do Niassa, porque, “nós, a nível do Governo, não teríamos alcançado todas as conquistas que vocês enumeraram na mensagem da população sem o vosso inestimável apoio”.

Tivemos várias reuniões juntos no formato de comícios, em reuniões com os membros dos Conselhos Consultivos Distritais, em reuniões com as estruturas do partido a diversos níveis, onde essencialmente analisamos e procuramos encontrar melhores caminhos para tirar rapidamente o nosso país da pobreza que flagela cada vez menos boa parte da nossa população”, assinalou Armando Guebuza.

Entretanto, nos diferentes comícios que orientou, o Presidente Guebuza reconheceu que apesar de terem sido alcançadas muitas conquistas durante o período da sua governação “infelizmente ficaram também algumas coisas por realizar”.

“Estamos cientes de que nestes dois mandatos há coisas que ficaram por realizar. Mas acreditamos que a Frelimo e o seu candidato presidencial que vocês certamente irão eleger daqui a nada irão dar continuidade a essas acções. Só vos peço para que continuem a ter um pouco mais de paciência porque o desenvolvimento, como devem saber, é a superação de sucessivos desafios. Quando enfrentamos com sucesso um determinado desafio surgem naturalmente outros desafios em maior ou menor escala”, sublinhou Guebuza.

A título de exemplo, Guebuza referiu-se à questão da asfaltagem da estrada que liga Cuamba a Lichinga , na província do Niassa, como sendo uma das acções que gostaria que no final do seu mandato tivesse já sido concluída, mas que devido a constrangimentos de ordem financeira “não foi possível ainda darmos os passos necessários nesse sentido”

Ainda a propósito desta mesma rodovia, o PR revelou, em conferência de Imprensa no distrito de Maua, província do Niassa, que pelo menos há novos desenvolvimentos, na medida em que arrancou o estabelecimento dos estaleiros onde o empreiteiro da obra deverá colocar o seu equipamento e todo material e operações logísticas afins para o início das obras.

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