O Bairro de Ndlavela, no município da Matola, está em constante alvoroço devido aos constantes assaltos nas vias públicas, residências e estabelecimentos comerciais. A falta de vigilância policial é
apontada pelos moradores como principal causa de ocorrência dos crimes.
O bairro está em reboliço total. Dez meliantes, ainda a monte, munidos de armas de fogo e instrumentos contundentes (baionetas, facas de cozinha, catanas, chaves de fenda, pé de cabra, entre outros), invadiram recentemente uma moradia em Ndlavela, torturaram o proprietário, violaram sexualmente sua mulher e filha, antes de roubarem electrodomésticos.
Como se isso não bastasse, numa outra residência, no mesmo bairro, arrombaram a porta por volta da meia-noite com o recurso a pé de cabra. Já no interior do imóvel molestaram os ocupantes e, sob a mira de uma arma, exigiram altas somas de dinheiro, retirando bens com destaque para TV plasma, computadores e aparelhagem de som.
Uma família que se instalou há cerca de três meses naquela zona não escapou aos criminosos. Foi visitada por duas vezes em apenas um mês com a particularidade de os assaltos terem ocorrido à luz do dia, quando os donos da casa se encontravam no serviço.
Alguns residentes e o chefe do bairro acreditam que os crimes estejam a ser praticados por alguns jovens locais desempregados, com ajuda de comparsas dos bairros vizinhos.
“Nunca tivemos um caso resolvido”, denunciou Samuel Almeida, residente em Ndlavela há treze anos. Acrescentou que os assaltos tendem a multiplicar.
“O meu vizinho do lado foi assaltado e, na tentativa de resistir às solicitações dos bandidos, “engomaram” a sua face com ferro quente”, referiu.
Zinha Nhanombe, também residente daquele bairro, salientou que a acção dos criminosos está a aterrorizar a população que pede intervenção imediata da Polícia.
“Estamos a passar por maus momentos aqui no bairro e pedimos socorro a quem de direito. O crime está a tirar-nos sono. Não há patrulhamento”, lamentou.
Armando Pelembe, também morador em Ndlavela, contou que foi vítima de assalto na sua residência, onde os malfeitores, com recurso a instrumentos contundentes, ameaçaram a sua família, apoderando-se de diversos bens de uso doméstico.
“É a segunda vez que sofro assaltos em menos de um ano. Estamos a viver momentos difíceis; nalguns casos ocorrem mesmo assassinatos”, rematou.
