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Reserva de Maputo recebe 225 animais bravios

por admin

Abibo Selemane e Fotos de Jerónimo Muianga

A Reserva Especial de Maputo, distrito de Matutuine, Província de Maputo, está a levar a cabo o processo de repovoamento de 225 animais de diferentes espécies, com destaque para zebras, impalas, cudos e girafas oferecidos pelo governo sul-africano.

O conjunto de animais está a ser transportado em camiões vindos da província sul-africana de Kwazulu Natal, acompanhados pelos responsáveis do sector de turismo e conservação da natureza daquele país e entram em Moçambique a partir das fronteiras de Ponta de Ouro e Goba.

O processo de repovoamento da Reserva Especial de Maputovisa melhorar o trabalho levado a cabo pelo governo moçambicano com vista a viabilizar o investimento no sector de turismo, para além de atrair mais visitantes e elevar a capacidade das áreas pilotos de conservação.  

Numa primeira fase, o processo de introdução dos animais naquela reserva estava estabelecido para a durar três anos, a partir de 2010, período no qual seriam oferecidos a Moçambique um total de 1600 animais, sendo 520 por ano. Porém, este compromisso não chegou de ser cumprido na totalidade, facto que obrigou ao seu alargamento para o presente ano, 2015, porque o fornecimento depende da capacidade de disponibilidade dos fornecedores.

Nestes cinco anos, a Reserva de Maputo recebeu 1020 animais de várias espécies nomeadamente nhala, impala, girafa, zebra, cudo e cocone que aumentaram o leque de opções para os turistas que acedem àquela área de conservação de flora e fauna bravia.

Actualmente, esta reserva conta, entre outros, com cerca de 455 elefantes, 500 zebras, 24 girafas. Mesmo assim, a administração desta área protegida assume que o número de espécies ainda não é satisfatório.

O administrador da reserva, Armando Nguenha referiu que a sua direcção tinha solicitado animais como pivas e pala-palas, mas não foi possível introduzi-los por razões diversas, pelo que já se está a equacionar a possibilidade de adquirir internamente, a partir do Parque Nacional de Gorongosa.

Ainda não entramos em negociação com o Parque Nacional de Gorongosa. Primeiro queremos finalizar este processo que estamos a levar a cabo com as autoridades sul-africanas e, depois vamos ver o que fazemos internamente. Em termos de capacidade técnica para captura e monitoramento já dialogamos com os nossos colegas de Gorongosa e disseram que há disponibilidade e que é possível chegar aqui com os animais aqui vivos, disse.

CINCO MIL VISITANTES POR ANO

A Reserva Especial de Maputo recebe em média cerca de cinco mil visitantes vindos de diferentes partes do mundo, por ano. Na altura de pico, que coincide com a época seca, entram entre 200 a 300 turistas em três dias, enquanto no tempo morto este número só pode ser atingido durante um mês.

Armando Nguenha disse que se for a avaliar sobre o período de pico pode se concluir que a reserva ainda não tem capacidade para acomodar os turistas. “Mesmo se tivéssemos infra-estruturas para acomodação provavelmente teríamos dificuldades para satisfazer a demanda. Mas, tendo em conta a afluência ao longo de todo o ano, pode-se concluir que a distribuição de turistas é muito baixa”.

Essa situação deve-se às péssimas condições das vias que dão acesso aquela reserva, nomeadamente as estradas que ligam esta área de conservação às vilas de Boane, KaTembe e Ponta de Ouro que distam cerca de 120, 77 e 50 quilómetros, respectivamente.  

Por exemplo a estrada KaTembe-Reserva, no tempo seco, percorre-se em duas horas e quando chove faz-se em 10 horas. A estrada Boane-Reserva, no tempo seco percorre-se em três horas e no tempo chuvoso leva-se 12 horas. Por seu turno, a estrada Ponta de Ouro-Reserva faz-se em uma hora no tempo chuvoso, mas no tempo seco, a areia fica solta e a viagem se torna extenuante.

Essas vias têm quase o mesmo nível de degradação. Qualquer turista que aparece diz que esta é a minha última visita porque as estradas estão realmente más. Por outro lado, no interior da reserva as vias não estão em condições, mas os turistas tem esse conhecimento e estamos a envidar esforços para melhorar, disse.

De referir que a receita anual resultante da cobrança de taxas de acesso é de três milhões e quinhentos mil meticais. “Há anos em que conseguimos quatro milhões”, referiu.         

CINQUENTA QUILÓMETROS POR VEDAR

Num outro desenvolvimento, Armando Nguenha disse que a Reserva Especial de Maputo está a levar a cabo o processo de vedação daquele centro de protecção de animais e que dos 1040 quilómetros da reserva, falta vedar 50 quilómetros. Os trabalhos estão decorrer de forma muito lenta, facto que está a agastar as autoridades da área.

“Estamos com um défice de material. Não podemos dizer quando é que vai terminar porque não temos fundos suficientes para prosseguir com os trabalhos. Vamos trabalhando com o que temos enquanto procuramos mais”, disse, para depois acrescentar que por cada quilómetro a administração da reserva paga o equivalente a 10 mil.

Num outro desenvolvimento, Armando Nguenha disse que as obras de reabilitação da Estrada KaTembe-Ponta de Ouro agora em curso constituem um desafio para aquela administração sobretudo no que tange à fiscalização.

Fotos de Jerónimo Muianga

Abibo Selemane

habsulei@gmail.com 

 

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