Opinião

Diversionismo ideológico!

Não costumo ter dúvidas de quem fala tal como o nosso título. Apesar de ser um termo castelhano não tem sido usado pelos espanhóis, mas recorrentemente pelos revolucionários que foram colonizados pela Espanha.

Mais comum nos cubanos, nos sandinistas da Nicarágua, pelos bolívares da Venezuela, entre outros cidadãos de outras nações, principalmente,caribenhas. Na verdade,no fim quer dizer subversão.

Subversão será, quanto à mim, acordarmos na sexta-feira da semana antepassada e colidirmos com um semanário que se propõe fazer uma reportagem sobre a visita do Presidente da República de Moçambique aos Estados Unidos da América e nomeia os pontos com que nos quer convencer que ela foi mal-sucedida.

O texto fica assinado por um jornalista “inteiro” que nos quer convencer que trabalhou, investigou e cruzou os elementos ao seu dispor para nos trazer o que nos trouxe. Fica uma reportagem de um semanário, tema da semana.

Subversão é quando, quatro horas mais tarde, recebemos no nosso correio electrónico uma “nota sobre a visita de trabalho do Presidente Filipe Nyusi aos EUA” vinda duma organização da chamada sociedade civil que, afinal, é dela que se copiou inteiramente o conteúdo do que resultou na reportagem do tal semanário. Sem trazer nenhuma outra ideia. Afinal, quem devia ter assinado o artigo devia ter sido a tal organização.

Subversão é convencer a sociedade que a organização é o espelho do que está a acontecer em Moçambique, daí na mesma sexta-feira ouvir, com desprimor autêntico sobre o país, comentários com base na nota distribuída pela organização e assinada no semanário como trabalho jornalístico de quem não teve vergonha de o assinar.

Subversão é tornar a cópia num trabalho com fontes diversas (que nunca houve) sob a chancela de ESTUDO e pôr intelectuais, como os que fazem o “Debate Africano” da RDP-África, a discutir como se de facto fosse produto de uma reflexão cientificamente comprovável.

Subversão é no fim de contas, ao lermos cuidadosamente a “nota sobre a visita de trabalho do Presidente da República, Filipe Nyusi, aos EUA”, encontrarmos uma marca indelével que nos avisa não ter sido feita por moçambicanos, nem portugueses que tenham colonizado aqueles.

O terceiro parágrafo é por demais eloquente ao dizer que “saúda a iniciativa do Governo de promover a imagem do país no exterior e de enfocar encontros com potenciais investidores…”.

Fica aqui a ideia de que a palavra sublinhada, signifique o que significar, não terá sido escrita por um moçambicano falante da língua portuguesa nem por um português. Teve origem na língua de quem fez o documento original que serviu de fonte para toda diversão distribuída que aquele semanário entendeu ser sua manchete.

Apesar de cansados de dizer, nunca é demais recordar que certas posições contra o país são cozinhadas fora-de-portas, feitas passar como nacionalistas e ao sabor da democracia saem pela boca dos moçambicanos. Dir-nos-ão que o mundo hoje é uma aldeia global. Terei as minhas dúvidas até que desapareça o qualificativo patriota e todas as palavras da área semântica de que faz parte.

A isso, mesmo dizendo por dizer, chama-se nas outras longitudes diversionismo ideológico, mas nós ficamos apenas com a mais directa equivalente, subversão.

Pedro Nacuo
nacuo49nacuo@gmail.com

One Comment

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