A Primeira-Dama da República, Gueta Selemane Chapo, defendeu ontem, em Nampula, a necessidade de uma mobilização nacional para travar a violência baseada no género (VBG), alertando que milhares de mulheres e raparigas continuam a sofrer abusos em Moçambique.
Falando durante o lançamento oficial do Programa de Empoderamento da Mulher e da Rapariga (Empodera), a esposa do Chefe do Estado revelou que, só no primeiro semestre de 2025, foram registados mais de nove mil casos de violência, dos quais 85 por cento tiveram como vítimas mulheres e raparigas.
Sublinhou, contudo, que a punição dos agressores não é suficiente e defendeu o reforço de acções de prevenção e mudança social.
O Programa Empodera, implementado pelo Ministério do Trabalho, Género e Acção Social, com apoio técnico e financeiro do Banco Mundial, visa reforçar a resposta institucional à VBG e promover a autonomia económica das mulheres em situação de vulnerabilidade.
A iniciativa, que abrange 63 distritos nas 11 províncias do país até 2029, prevê formar 24 mil provedores de serviços, digitalizar 51 centros de atendimento e assistir 13 mil sobreviventes.
Gueta Chapo apelou ao engajamento de todos, com destaque para os homens e líderes comunitários, defendendo que “cada moçambicano deve ser um agente de mudança”.
A Primeira-Dama concluiu com um apelo à união nacional, afirmando tratar-se de “um compromisso com a justiça, a igualdade e a esperança das nossas mulheres e raparigas”.

