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Preço do pão vai subir

Por admin

O actual preço do pão, que vem sendo aplicado nos diferentes pontos do país, desde ano passado, 2015, sobretudo nos centros urbanos, será agravado brevemente, segundo apurou o domingo de fonte autorizada.

O agravamento do preço do pão resulta das dificuldades que as panificadoras estão a enfrentar nos últimos tempos para manter o nível de produção, devido ao aumento dos preços da matéria-prima, na sua maioria adquirida fora do país, como é o caso de fermento, vitamina e outros produtos derivados.

Acredita-se que a medida não vai solucionar os problemas, mas ela servirá para equilibrar a balança e manter os produtores de pão em actividade.

As panificadoras ainda não determinaram a percentagem e a data exacta da entrada em vigor dos novos preços, mas garantem que o aumento dos preços é inevitável e estão a ser finalizadas negociações com outras entidades para a fixação do novo preço.

O domingo sabe que está em curso o processo de negociação entre o Governo e as panificadoras de forma a encontrar uma saída que possa evitar que o preço do pão sofra um agravamento significativo.

O presidente da Associação Moçambicana dos Panificadores (AMOPÃO), Victor Miguel, revelou que caso não se encontre uma solução nas negociações em curso, os produtores do pão não terão outra alternativa senão agravar os actuais preços.

A subida do preço do pão é uma acção concertada, o pão não é um alimento qualquer. O que vai acontecer é que se não reajustarmos o preço do pão ou se não haver outra saída, como a reactivação dos subsídios, as padarias vão encerrar porque não terão capacidade para continuar a funcionar, disse.

Acrescentou que aspróprias moageiras vão deixar de fornecer a farinha de trigo às padarias que se debatem com dificuldades para liquidar as dívidas que contraíram.

Não podemos precisar quando é que será, mas seguramente nos próximos dias vamos anunciar a conclusão do diálogo em curso. As padarias estão a conter despesas e prossegue um diálogo com o Governo para encontrarmos uma saída da actual situação, que sufoca os panificadores, referiu Victor Miguel.        

De referir que caso se efective, será o segundo reajuste num intervalo de seis meses, o primeiro, que não satisfaz os empresários do ramo de produção de pão, aconteceu em Outubro do ano passado, 2015. O mesmo aconteceu depois de o Governo ter deixado de subsidiar a aquisição da farinha de trigo.

Aliás, as panificadoras contam que o recuo do Governo fez renascer o problema que no passado foi evitado quando se tomou a primeira medida de subsidiar o preço do trigo. 

O sentimento dos produtores de pão é que o negócio não está a dar proveitos. Em consequência, há relatos segundo as quais existem empresários que já encerraram as portas das suas fábricas e outros ainda que ponderam em seguir o mesmo caminho, alegadamente porque os prejuízos são insustentáveis.

Neste momento os custos de produção são elevados. No actual preço, a nossa margem de lucro é quase nula. É igual a comprar um produto de 100 ir vender também a 100 meticais. Se estou a fazer uma actividade como empresário, o que eu preciso é lucrar. Então, se não estou a ter esses ganhos, naturalmente vou preferir mudar de actividade. Ainda temos esperança de que situação vai melhorar, estamos a fazer ginástica em termos de redução dos custos, disse.

Num outro desenvolvimento, Victor Miguel disse a situação é tão alarmante que até existem estabelecimentos que já estão a falhar o pagamento regular de salários a seus funcionários, havendo aqueles que pagam por prestações.  

MANUTENÇÃO

DO EQUIPAMENTO

Victor Miguel disse que actualmente o processo de manutenção dos equipamentos é extremamente complicado. Ultimamente, a manutenção que é feita serve apenas para garantir o funcionamento das máquinas e do sector.

– Estamos a fazer a manutenção para apenas funcionar, mas não estamos a fazer investimentos para trazer novos equipamentos. Não há condições para fazermos isso. Algumas pessoas investiram neste mercado mas encaram sérias dificuldades.

Refere que neste momento a situação está complicada para aquele sector, daí que “nós que trabalhamos no ramo há longos anos estamos empenhados em estratégias de conter as despesas para conseguir suprir as necessidades”.

Virgínia Mussuruco*

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