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COLECTA DE IMPOSTOS: Posto Fiscal de Mandimba no centro da discórdia

Por admin

Texto de Mouzinho de Albuquerque

Comerciantes, maioritariamente moçambicanos, que importam mercadorias do Malawi para posterior revenda em Moçambique, estão agastados com o facto de estarem a ser, alegadamente, obrigados a pagar o que consideram altas taxas de impostos aduaneiros não previstas no Posto Fiscal de Mandimba, no Niassa, situação que acreditam estar associada à corrupção.

No entanto, a Autoridade Tributária de Moçambique (AT) rejeita as acusações, explicando que a sua missão é fazer cumprir as obrigações fiscais.

O Posto Fiscal de Mandimba é dos mais importantes para a colecta de receitas no norte do país. Situa-se a cerca de sete quilómetros da vila autárquica do mesmo nome, na fronteira entre Malawi e Moçambique.

Operadores económicos que falaram ao domingo explicam que a cobrança de elevadas taxas, que tem suscitado constantes reclamações dos comerciantes, agravou-se com a chegada da nova direcção do posto de Mandimba.

Acácio Júnior, comerciante há bastante tempo na vila autárquica de Mandimba, vende colchões e outros produtos comprados no Malawi. Explicou, por exemplo, que se compra no Malawi um colchão por 2500 meticais é obrigado a pagar direitos aduaneiros de 1000 meticais, o que prejudica o lucro.

Este valor é muito elevado. Observando-se os procedimentos oficiais na cobrança de impostos fiscais, a verba seria muito inferior a 1000 meticais. Portanto, tal como outros comerciantes desta e doutras regiões do norte do país que importam através do Posto Fiscal de Mandimba, estou muito preocupado com esta situação”, observou.

António Charapo, outro operador económico de Mandimba e Cuamba que se manifestou preocupado com o cenário, acrescentou que tais procedimentos, que alegadamente estão a ser protagonizados pelos responsáveis daquele posto, constituem um dos motivos que faz com que alguns comerciantes optem pela fuga.

Agora o negócio não é rentável, porque muito dinheiro deixo no Posto Fiscal de Mandimba. Mas, porque não posso ficar parado na vida, continuo a trabalhar para sobreviver. Eu e outros comerciantes sabemos quais os prejuízos que a importação ilegal de mercadorias traz para o país, que também é de todos nós, mas, ou fazemos ou ficamos a sofrer por falta de dinheiro. Por isso, alguns optam por essa via. Este posto fiscal está a funcionar mal”, salientou. 

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