Editorial

Acima de tudo o convívio familiar

Hoje é dia do Natal, transformado em festa da família. Por isso, é também Dia da Família. Para os cristãos, o 25 de Dezembro é a comemoração do nascimento de Jesus Cristo, que imprimiu novos rumos à História Humana, rumos esses fundados na fraternidade e no amor, sentimentos que não se compadecem com a peste, a fome e a guerra, sentimentos que são alicerces e alimento da paz, a começar pela paz interior de cada um, a começar pela paz nas nossas famílias e nos nossos lares, que permite um convívio são, com muito amor.

Em termos gerais, o Natal significa paz, alegria, fraternidade e generosidade. A sua comemoração anual acontece há mais de 1600 anos, sempre no dia 25 de Dezembro.

Assim, neste período, em termos psicológicos, andano ar um espírito que nos chama a todos, indivíduos e organizações, à conciliação, assente na fraternidade, no amor, na paz, na segurança e desenvolvimento, conceitos que se complementam e se acentuam uns aos outros.

Não pode haver fraternidade e amor sem paz, nem paz sem segurança e desenvolvimento. Não pode haver paz enquanto uns andam no mato aos tiros reivindicando ganhos políticos em vez de reivindicá-los com acções também políticas já que até estão representados no nosso Parlamento.

A quadra festiva é um apelo à consciência de todos nós sobre o que andamos a fazer no nosso dia-a-dia ao longo do ano e sobre o alcance dessa paz, dessa alegria, dessa fraternidade e dessa generosidade.

O Natal significa nascimento e que estamos a comemorar o aniversário de uma das personalidades mais marcantes de toda a história humana, Deus para os cristãos, profeta para os muçulmanos, simplesmente genial e técnico de humanidade para os descrentes e agnósticos. Chama-se Jesus Cristo, cuja filosofia de vida revolucionou os mundos, revolveu estruturas, semeou inquietação nas consciências, exigindo a procura constante da fraternidade: “se entrares na Igreja para colocares no altar uma oferenda ao teu Senhor e te lembrares que estás zangado com o teu irmão, deixa a oferenda e vai, primeiro, reconciliar-te com o teu irmão, para que teu Pai que está nos céus a possa aceitar”, disse um dia Jesus.

Todos precisamos de nos reconciliarmos, a começar pela reconciliação política. Precisamos de uma coesão da Nação moçambicana, dentro de um são pluralismo cultural e humano. Que os vinte e cinco milhões de cidadãos moçambicanos sintam que o Estado lhes está a proporcionar condições públicas de desenvolvimento, a fim de viverem cada vez mais e melhor.

É claro que este foi um ano difícil e adverso para todos nós e para as nossas instituições. Como as próprias autoridades foram sublinhando ao longo deste 2016. Vivemos uma situação atípica, influenciada pela conjuntura interna e externa, que afectou grandemente o desempenho da nossa economia e, consequentemente, o dia-a-dia de cada moçambicano.

Enfrentamos uma conjuntura interna adversa, pois tivemos no início do ano cheias em algumas zonas do Centro do país e uma severa seca no Sul e em algumas zonas do Centro, durante quase todo o ano.  A par disso, ocorreram acções armadas e de desestabilização da Renamo, principalmente na zona Centro.

Apesar de todas essas situações e da crise económica e financeira, que nos afectou directamente, mesmo assim, os moçambicanos mantiveram-se em pé, não vergando perante aqueles que lhes querem ver vergados e ajoelhados. Os moçambicanos continuam firmes e dispostos a enfrentar os próximos desafios, convictos de que só com a sua abnegação é possível ultrapassá-los da melhor maneira possível.

Um abraço de solidariedade àqueles que perderam os seus empregos e/ou os seus rendimentos devido a esta crise. Aos que sofrem de fome. Foram tantas as famílias que não tiveram o que comer ao longo deste ano. Desde os que foram deslocados por causa da desestabilização, passando pelos que foram empobrecidos pela crise até aos que foram vítimas da seca. Um abraço de solidariedade àqueles que sofrem de angústia e cansaço gerador de desalento e frustração.

Nesta quadra natalícia, também um forte abraço de solidariedade aos doentes e respectivas famílias. Estamos com eles e vamos lutar para que o 2017 nos proporcione um Natal e/ou Dia da Família melhor que este e em condições melhores que do presente ano.

Desejar ainda àqueles que se fazem à estrada que tenham cuidado com o álcool e com todos os entusiasmos irreflectidos. Como o dissemos na semana passada, lembrem-se que correr não é chegar. Não queiram transformar a alegria do momento e dos reencontros com a família em desespero causado pelas mortes sem sentido e eternos desencontros. Para todos, um feliz Natal e uma quadra festiva dentro do possível!

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