– vovô Aly, residente em Maputo
Falemos de liberdade, que pode ser debatida em diferentes perspectivas. O facto é que ter liberdade é simplesmente bom: liberdade para pensar; de escolha, sendo que, neste caso, muito há que entra em jogo, podendo inclusive levar uns e outros ao mato, por fim a liberdade de ir e vir. Ora, focando-nos precisamente no “ir”, muito tem sido dito pelos mais velhos, e é algo que tem a ver com a decisão de os filhos se desmamarem dos pais e passarem a viver as respectivas vidas, assumindo, obviamente, responsabilidades. Sobre esta questão, o vovô Aly, residente em Maputo, disse ao domingo que a tendência actual é ver, primeiro, “filhos que causam dor de cabeça aos pais, por serem surumáticos, venenosos e ainda por cima que não aceitam o conselho dos pais. Eles costumam ameaçar meter queixa na esquadra contra o pai ou a mãe, quando estes abrem a boca para os corrigir”. Pior ainda: para além do facto de que o pai não pode falar nada, “corre o risco de ser expulso da sua própria casa, uma casa que sofreu para construir. E quando se trata de homem casado, muitas vezes têm esse comporta mento agitado pela mulher”, afirma. Entre tanta coisa por debater e lamentar, o vovô Aly prefere não arrastar muita chateação para o seu lado, de forma que: “que saia com a mulher, arranje um espaço para viverem”. Entretanto, abre espaço para dizer que a resposta dos filhos tem sido negativa: “não aceitam sair da casa dos pais”. E apresenta exemplos: “tenho terreno que ofereci aos meus filhos para construírem em Marracuene. Eles dizem que é longe. Eu até pergunto se eles querem que eu vá para lá. Mas eles são jovens, eu já fiz a minha parte, têm de sair para fazer a vida deles”. O facto é que “os jovens de hoje são muitíssimos folgados. Veja que dormem até tarde, 11h00, 12h00…”, lamenta.
