Sociedade

Munícipes pedem melhorias no abastecimento de água

Os munícipes da Manhiça, província de Maputo, revelaram que a vila tem vindo a conhecer melhorias nos últimos tempos em vários sectores, no entanto, pedem a edilidade para melhorar a sua intervenção no sector de abastecimento de água, electrificação, infra-estruturas escolares, bem como, vias de acesso.

Elevada à categoria de município em 2013, Manhiça é um dos grandes potenciais na área agrícola, uma vez que possui terras aráveis facto incrementado por ser atravessado pelo Rio Incomati.

A sua produção com maior destaque para banana, tomate, hortícolas e cana-de-açúcar, é comercializada localmente, assim como, noutros pontos da província e cidade de Maputo.

Os serviços de salubridade, designadamente o processo de recolha de lixo, são exemplo dos aspectos positivos que Manhiça tem, mesmo assim os munícipes colocam outros desafios à edilidade de forma a continuarem na senda do crescimento, tanto económico, assim como social.

Conforme disseram, num passado recente foram abertos furos de águas, no entanto, de acordo com suas declarações, são poucos para atender à actual demanda. Ainda no rol das preocupações dos munícipes, lista-se a solicitação à edilidade para que os apadrinhe junto da empresa Electricidade de Moçambique (EDM) para o melhoramento do sistema de abastecimento da corrente eléctrica nos seus bairros residenciais.

É que segundo revelaram ao domingoexistem ainda alguns bairros daquela vila onde se vive às escuras, o que o combate à criminalidade que vem ganhando terreno, sobretudo no período nocturno.

Júlio Magaia, comerciante, fez referência à necessidade de se apetrechar as infra-estruturas do sector da educação, já que, só para citar um exemplo, existem crianças no ensino primário que continuam a estudar sentados no chão.

“Já não temos lixo nas estradas, a recolha dos resíduos sólidos é permanente, mas falta melhorar o abastecimento de água. Há zonas onde só tem água salubre e noutras nem sequer existe água. É preocupante”, referiu.

Por sua vez, Alice Tiua, agricultora, reforçou a indispensabilidade de se intervir no sector de educação, sobretudo na construção de salas de aulas.

“Foram construídas algumas salas, mas não são suficientes, achamos que deviam fazer mais para assegurar que não haja interrupção em situação de chuvas”.

TRINTA NOVOS FUROS DE ÁGUA

O presidente do Conselho Municipal da vila da Manhiça, Luís Munguambe, disse que a edilidade tem um plano de actividade para o melhoramento do sistema de abastecimento de água nas comunidades.

Para o efeito, nos últimos dois anos foram abertos 30 novos furos que beneficiam mais de três mil famílias.

Mesmo assim, Munguambe garantiu que ainda este ano serão abertos outros 28, num investimento avaliado em oito milhões de meticais, para responder à demanda.

Segundo a edilidade no bairro aeródromo já foram erguidas duas torres com suporte para seis tanques que vai alargar a capacidade de armazenamento de água, de 20 mil litros para 80 mil litros. “O sistema vai beneficiar 400 famílias no bairro aeródromo. Temos também um sistema de tubagem de cinco quilómetros que permite ao munícipe puxar a água para sua residência. Temos um projecto de expansão para os bairros de Linbanguá e Mulenbja, empreendimentos com fundos do município”.

Num outro desenvolvimento, respondendo à preocupação dos munícipes em relação à construção de salas de aula, Luís Munguambe disse que a edilidade tem o conhecimento da existência de turmas que são leccionadas ao relento, debaixo de árvore ou uma sombra improvisada.

Para minimizar o problema, segundo disse, o município da Manhiça está a construir salas de aulas, casas de banhos condignas e a distribuir carteiras em diferentes escolas primárias e secundárias.

A título de exemplo, já foram entregues oito salas de aulas apetrechadas em seis escolas, sendo que outras cinco salas ainda estão em construção e serão entregues no próximo mês de Março do ano corrente.

“Desde o início deste mandato já foram entregues 450 carteiras duplas nas escolas primárias e secundárias da vila. Na Escola Primária da Manhiça, o fenómeno de turmas ao relento já não existe.Esta escola tinha duas turmas a estudarem debaixo de sombras improvisadas. Mesmo assim ainda não estamos satisfeitos porque temos o conhecimento da existência de mais escolas a precisarem de infra-estruturas, por isso vamos continuar a trabalhar”, disse Munguambe.

Algumas escolas para além de beneficiarem da construção de salas de aulas, casas de banho, já beneficiam também da ligação de corrente eléctrica e, por causa disso, já foram introduzidas aulas no período nocturno.

Um outro projecto que está a ser levado a cabo pela autarquia é a edificação de casas para professores, nas imediações das escolas onde estes leccionam.

ELECTRIFICAÇÃO AINDA É UM DESAFIO

Na componente de energia eléctrica, o município encontra-se de braços atados, uma vez que toda e qualquer acção visando prover a vila deve passar por uma concertação com a Electricidade de Moçambique (EDM).

Para Munguambe a morosidade do processo está a retardar e a limitar o fornecimento da energia eléctrica, pelo que urge a necessidade da flexibilização das acções desenvolvidas por aquela empresa, de modo a permitir que, a curto e médio prazo, cerca de 65% da população usufrua da energia, e a baixo custo.

“A EDM não tem correspondido positivamente aos nossos pedidos de electrificação dos bairros. Este é um problema que deve ser resolvido em conjunto com a EDM. Há bairros que ainda vivem às escuras, casos de Mitilene, Chibucutso, entre outros”, frisou.

Ainda assim, o nosso interlocutor referiu que em 2014 foram desenvolvidas acções de melhoramento da capacidade de energia nos postos de transformação eléctrica de Cambeve, Maciana, Mulembja e Ribangua o que permitiu aumentar o número de beneficiários para 50%, facto que está a criar condições para a implantação de pequenas indústrias de agro-processamento de produtos agrícolas locais, com enfoque para a zona de cimento.

PARCELADOS NOVOS TALHÕES

A vila de Manhiça tem vindo a registar nos últimos tempos uma procura de espaço para construção de residências, centros comerciais, entre outras infra-estruturas.

Para responder à demanda a edilidade sente que é necessário começar com o processo de parcelamento de novos talhões. Neste momento, está em curso o parcelamento de 1.400 talhões no bairro novo, que se juntam aos 1200 já parcelados no ano passado e atribuídos a novos proprietários. A edilidade, em média, passa 50 DUAT’s por dia.

Por causa da expansão dos bairros, Luís Munguambe apontou para a necessidade de se construir mais vias de acesso e outras infra-estruturas como fontes de abastecimento de água, energia e salubridade.

 “Na zona de expansão estamos a construir uma estrada de terra batida com uma extensão de 13 quilómetros, que liga a vila à maternidade, no bairro de Magaba, disseLuís Munguambe que falou tambémda abertura de quatro novas vias de acesso de terra batida, a terraplanagem de 12 quilómetros do troço Alvor-Ncuhlane, pavimentação da rua 19 numa extensão de 272 metros e a reabilitação da rua Nova de Gaia.

Fotos de Jerónimo Muianga

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