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Triunfo sobre a mortalidade materno-infantil ainda longe da consumação

A mortalidade materno-infantil deve continuar no topo das agendas dos governos africanos, enquanto não houver reduções assinaláveis das elevadas taxas que o continente continua a registar 

ano após ano, situação que afecta não apenas o crescimento económico dos países, mas também a sua população que, por sinal, está entre as mais jovens do planeta.

A renovação da determinação na luta contra esta ameaça à saúde pública constituiu o epílogo da 2ª Conferência das Primeiras Damas Africanas sobre Saúde, que, durante três dias, reuniu na cidade de Los Angeles, estado norte-americano da Califórnia, as esposas de estadistas africanos, congressistas do país anfitrião, cientistas da medicina, filantropos, empresários para discutir formas conducentes à redução célere deste mal que afecta, muito em particular, a saúde da mulher e da criança.

Os indicadores sobre a mortalidade materno-infantil em países africanos são irrefutáveis bastando, para o efeito, apontar, a título de exemplo, a situação de Moçambique onde a taxa de mortalidade materna é estimada em mais de 500 mortes por cada 100 mil nados vivos, por ano, o equivalente a afirmar que 11 mulheres morrem por dia por causas ligadas à gravidez e ao parto.

Nas diversas sessões da conferência, organizada pela organização não-governamental “US Doctors for Africa”, sob o lema “Uma Mulher, Uma Criança”, a tónica dominante incidiu sobre as elevadas taxas de mortalidade que, quase todos os países, da África SubSahariana, continuam a registar anualmente.

Na apresentação da radiografia situacional de cada país, as primeiras-damas trouxeram a lume diversos aspectos que constituem denominador comum nos países como, por exemplo, a crescente ameaça das doenças como é o caso do HIV/SIDA, a malária (doença tropical), a exiguidade de pessoal médico, a rede sanitária ainda aquém da quota ideal entre outros obstáculos.

A combinação destas enfermidades e as dificuldades de toda ordem que concorrem para a reduzida provisão de cuidados de saúde constitui um revés aos esforços que governos têm estado a empreender com vista a reduzir a mortalidade materno-infantil.

Aliás, basta apontar que das 24 milhões de pessoas diagnosticadas, até ao ano transacto, portadoras do HIV/SIDA, 23 milhões são da África SubSahariana, constituindo 25 por cento do fardo global da doença, onde por sinal o número de pessoal médico continua ainda aquém do desejado.

As estatísticas pintam igualmente um quadro mais sombrio no capítulo da SIDA pediátrica, porque, segundo dados mais recentes, partilhados na conferência, 900 mães transmitem diariamente o vírus HIV os filhos, e vários países, por falta de acesso aos cuidados médicos.

Antes de o problema atingir níveis que podem destruir as conquistas até então feitas, as primeiras damas reiteraram o seu compromisso de mobilizar mais recursos (financeiros e materiais) com vista a salvaguardar os ganhos conseguidos e continuar a fragilizar ainda mais aos perigos resultantes dessa combinação de factores.

O Mali, estado da costa ocidental africana, anfitrião do lançamento, em 2001, da Visão 2020, por um colectivo de oito primeiras-damas da África Ocidental e Central visando reduzir, nos próximos sete anos, a mortalidade materna e neonatal em 50 por cento, que faz anualmente 11 milhões de vítimas (entre mulheres e bebés) em toda a África sub-shariana, apresentou um quadro desolador.

A rebelião armada, que eclodiu em 2012 naquele país, coloca em risco as conquistas que o Mali estava a lograr no âmbito da Visão 2020, pois desde, segundo Traoré Mintou Doucoure, Primeira-Dama daquele país, aumentaram em número e gravidade as grotescas atrocidades contra a mulher, que vão desde as violações sexuais, com todos os riscos daí decorrentes, interrupção de outros programas que estavam em curso entre outros reveses.

O sofrimento da mulher maliana chocou a sala inteira, por completo, mas foi também possível reanimar o sentimento dos presentes através dos sucessos que países como Moçambique estão a assinalar nesta luta contra a mortalidade materno-infantil.

A “mãe da nação moçambicana”, como é carinhosa tratada Maria da Luz Guebuza, apresentou algumas das vitórias até então alcançadas pelo país na corrida rumo este mal que periga as metas e aspirações do país no quadro dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

A primeira-dama, que é patrona para a saúde da mulher, criança, neonatal e infantil discursou sobre as boas práticas que o país está concretizar no domínio apontando, a título de exemplo, que esforços têm sido concentrados na construção de “casas de espera” para as mulheres grávidas, a provisão de transporte comunitário, o envolvimento das comunidades na melhoria da sua própria saúde, através das parteiras tradicionais, dos agentes polivalentes elementares, dos líderes comunitários e da sociedade civil em geral.

As casas de espera para as mulheres grávidas, embora em número ainda reduzido dado que a rede sanitária do país totaliza cerca de 1200 unidades a vários níveis, reduziram as mortes por hemorragias pós-parto muitas vezes resultantes das longas distâncias que as mulheres têm de percorrer, em busca de cuidados médicos.

Aliás, a taxa de cobertura dos serviços de saúde é estimada em cerca de 40 a 50 por cento, mas cerca de 40 por cento da população tem acesso a uma unidade sanitária num período de tempo calculado em cerca de 50 minutos.

O país introduziu, nos últimos 10 anos, pelo menos duas vacinas e este ano, precisamente no mês em curso, vai introduzir uma nova vacina que aumentará, com certeza, os níveis de redução da mortalidade infantil, através da vacina do pneumococo, destinada a prevenir as infecções respiratórias e a meningite.

Aliás, a vacina estará disponível em todas as unidades sanitárias do país e a expectativa do sector é que ela constitua um valor acrescentado aos esforços de redução da mortalidade infantil.

Todavia, as autoridades têm consciência da necessidade de trabalhar-se mais para melhorar a cobertura e a assistência sanitária e os esforços incidem na construção de mais maternidades pelo país, com vista a atingir um número cada vez maior da população com necessidade deste serviço.

Maria da Luz e as outras primeiras-damas participantes na 2ª conferência foram agraciadas com um diploma de mérito, atribuído pela entidade organizadora, em reconhecimento do trabalho que estão a desenvolver nos seus países em prol da causa humana, resumida na preservação da vida.

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