Mulémbwè e Nkodo disputam liderança

O antigo Presidente da Assembleia da República, Eduardo Mulémbwè, disputa próxima quarta-feira em Midrand, África do Sul, a presidência do Parlamento Pan Africano diante do camaronês, Roger Nkodo.

Eduardo Mulémbwè foi confirmado semana finda candidato da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) para o escrutínio que tem lugar esta quarta-feira, 27 de Maio, na cidade de Midrand, África do Sul, diante do camaronês, Roger Nkodo, por sinal o vice-presidente cessante.

A votação é aguardada com enorme expectativa depois de  reduzir de quatro para dois o número de possíveis candidatos à presidência daquele organismo africano.

 Numa primeira fase, haviam manifestado intenção de se candidatar os representantes da Argélia, Zimbabwe, Camarões e Moçambique.

O argelino retirou-se da corrida e manifestou total apoio ao candidato moçambicano, enquanto o zimbabwiano foi afastado após votação ao nível da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), pois a organização regional pretendia apresentar um  único candidato. Eduardo Mulémbwé foi o escolhido amealhando 25 votos contra 11 do zimbaweano, Furtune Charumbira.

Em termos de desafios que Mulémbwè se propõe a fortificar o Parlamento Pan Africano, tornando-o mais actuante e garantindo plena participação dos povos africanos na tomada de decisões.

Um dos objectivos proposto pela candidatura moçambicano é de revitalizar o Parlamento Africano no quadro da reforma institucional, plasmada no Protocolo da União Africana, bem como continuar a criar condições para transformação gradual do organismo de órgão de consulta para um com poderes vinculativos.

Também se propõe a aproximar o Pan Africano dos parlamentos nacionais, colocando o órgão no mapa do mundo.

A firmeza quanto a vitória do candidato moçambicano está depositada no princípio de rotatividade que se verifica naquela instituição, pois ao nível das diferentes organizações regiões apenas a África Austral e do Norte ainda não ocuparam aquela importante posição.

A confiança da delegação moçambicana ficou reforçada com a retirada da candidatura argelina e posterior apoio expresso deste país do norte de África a Eduardo Mulémbwè, tendo em conta que são as únicas regiões que ainda não ocuparam a presidência do Parlamento Pan Africano. 

Eduardo Joaquim Mulémbwè foi director da Faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane, Procurador-geral da República e Presidente da Assembleia da República durante 15 anos.