O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) defende que Moçambique precisa de pelo menos 50 por cento de Orçamento de Estado (OE) para poder acelerar o acesso universal aos serviços básicos.
Trata-se de um desafio que visa garantir os direitos da população, em especial das crianças, como, por exemplo, a melhoria da sobrevivência materna e neonatal e a redução da taxa de desnutrição crónica nas áreas com menor progresso.
Segundo o representante da UNICEF, Koenraad Vanormelingen, 42 por cento das crianças ainda sofrem de desnutrição crónica, com implicações negativas sobre o desenvolvimento do seu cérebro e seu futuro.
Falando ontem, em Maputo, numa apresentação da análise sobre a situação da criança no país, Vanormelingen disse ser fundamental solucionar o problema de desnutrição crónica para poder contribuir no desenvolvimento harmonioso da criança e assegurar o seu potencial produtivo.
“Para poder continuar a fazer progresso ao mesmo ritmo actual é preciso que o Estado continue a investir 40 por cento de orçamento, mas para acelerar e ter a visão de acesso universal aos serviços básicos, precisa de pelo menos 50 por cento de orçamento”, disse.
Vanormelingen destacou a situação da província da Zambézia, a segunda mais populosa do país, onde a taxa de desnutrição aguda é de 9,4 por cento e o peso nos diversos aspectos de privação é particularmente elevado.