Nacional

Meta de matriculados não foi alcançada

Texto de Abibo Selemane e Foto de Jerónimo Muianga

Várias escolas dos diferentes pontos do país ainda não conseguiram matricular o número de alunos que estava previsto para este ano lectivo, cuja abertura está prevista para o próximo dia 6 de Fevereiro próximo.

As razões para este sucedido são várias. Alguns dizem que é pelo facto de os pais ou encarregados de educação deixarem tudo para a última hora, outros referem que alguns pais viajaram com os seus filhos e que só poderão fazê-lo no seu regresso.

Aliás, em alguns pontos do país, o processo foi comprometido com as constantes chuvas que se fazem sentir a nível nacional, assim como nos países vizinhos.

Para o efeito, as direcções provinciais de Educação e Cultura instruíram as escolas locais para receberem os alunos que aparecerem durante o mês de Fevereiro, sobretudo os da primeira classe.

Por exemplo, a província de Maputo até segunda-feira passada, dia 19 de Janeiro corrente, tinha matriculado apenas 35 mil e 18 alunos, dos 54 mil e 391 que estavam perspectivados para a primeira classe. Na sexta classe, foram inscritos 20 mil e 676 dos 42 mil e 542 planificados.

Na oitava foram inscritos sete mil e 430 dos 14 mil e 429 alunos que estavam agendados e na décima primeira classe matricularam-se apenas mil e 535 alunos dos 3 mil e 879 que estava agendada.

Na província de Nampula, dos 242 mil e 422 alunos que estavam planificados para a primeira classe foram inscritos cerca de 215 mil e 773 e, na sexta classe foram matriculados 41 mil e 180 dos cerca de 61 mil e 325 que estavam planificados.

Na oitava classe,  foram inscritos 17 mil e 438 dos 26 mil e 47 alunos que eram perspectivados e na décima primeira matricularam-se sete mil e 860 alunos dos 10 mil e 451 agendados.

A província de Gaza previa matricular cerca de 118.527 alunos nas classes iniciais como primeira, sexta, oitava e decima primeira, destes até ao momento foram inscritos apenas 70 mil e 952, dos quais 51 mil e 127 alunos na primeira classe, 11 mil e 390 na sexta, seis mil e 148 na oitava e dois mil e 287 na décima primeira classe, isto em toda a província de Gaza.

De referir que o Governo decidiu prorrogar o processo de matrículas para o período de  5 a 20 de Janeiro corrente, de forma a matricular maior número de alunos.

MAIS DE 300 SALAS

DESTRUIDAS NA ZAMBÉZIA

Cerca de 300 salas de aulas ficaram totalmente destruídas pelas chuvas na província da Zambézia, o que afectou 16 mil e 398 alunos e 194 professores afectados.

Trata-se de salas de aulas das escolas primárias que funcionam nos distritos de Gilé, Mopeia, Morrumbala, Namarroi, Pebane, Nicoadala, Maganja da Costa e Milange.

Dados em nosso poder dão conta de que só no distrito de Namarroi foram destruídas totalmente oito escolas primárias completa, correspondente a 24 salas de aulas.

As autoridades da direcção provincial da Educação referem que estes números podem ser inferiores uma vez que em consequência do corte da corrente eléctrica há dificuldades de comunicação telefónica entre a cidade de Quelimane com o resto da província.

Para fazer face a este e outros problemas provocados pelas chuvas, a Direcção Provincial da Educação na Zambézia aprovou um plano que consiste na edificação de salas provisórias, logo que as chuvas abrandarem.

Entretanto, a província da Zambézia recebeu para o presente ano lectivo três mil e 139 mil livros de distribuição gratuita.

A sua distribuição aos distritos decorre desde Dezembro passado. Até ao momento pelo menos cinco distritos já receberam o material, nomeadamente, Ile, Guruè, Inhassunge, Morrumbala, Quelimane e Nicoadala.

Em relação aos restantes distritos, o processo de distribuição poderá prosseguir depois de as chuvas abrandarem.

Falando sobre o material que pode ser perdido por causa das chuvas, Mahomed Ibraimo, chefe de departamento direcção pedagógica na Zambézia, disse que a sua direcção tem um stock de livros suficiente para responder às necessidades das escolas da província.

“Neste momento, contamos com um stock de 152 mil e 600 livros nos nossos armazéns para atender as necessidades dos distritos. Achamos que este número é suficiente. A nossa preocupação são as salas de aulas que foram destruídas”,disse Mahomed Ibraimo. 

MAPUTO ABRE CINCO

ESCOLAS SECUNDÁRIAS

A província de Maputo conta no presente ano lectivo com cinco novas escolas secundárias, das quais duas vão funcionar na Matola, uma em Matutuine, uma em Namaacha e outra em Boane.

Com a entrada em funcionado destas escolas, a província passa a contar com 34 estabelecimentos. Para além destas, a província tem ainda 82 novas salas de aulas para o ensino primário das 93 que estavam planificadas.

Silvestre Dava, porta-voz da direcção provincial de Educação e Cultura disse que as salas ainda não suficientes, para tal as obras continuam nos diferentes distritos daquela província.

A outra medida da direcção provincial é eliminar as escolas que funcionavam exclusivamente com o ensino primário do primeiro grau para serem do ensino primário completo.

Com efeito, este ano, a província conta com 296 escolas do ensino primário completo contra 285 do ano passado.  

NAMPULA TEM VINTE E SETE

NOVOS ESTABELECIMENTOS

A província de Nampula conta no presente ano lectivo com 27 novas escolas primárias e mais 66 salas de aulas. Trata-se de infra-estruturas que foram construídas em alguns distritos daquela província de forma a fazer face à actual demanda. Com entrada em funcionamento destas escolas, a província passa a contar com 298.

As autoridades da Educação naquela província reconhecem que o número ainda é insignificante, uma vez que há uma tendência de aumento do número de alunos em todos os níveis de ensino.

Para o efeito, vão arrancar ainda este ano a construção de 66 salas de aulas nos distritos de Malema, Ribáué, Murrupula, Eráte, Nacarroa, Muecate, Mecubúri e Muecate.

Entretanto, as chuvas que vem fustigando o país, destruíram cerca de 430 salas de aulas, nove blocos administrativos, 50 salas de professores e um dormitório naquela província.

Alfredo Nicurupo, porta-voz da direcção provincial de Educação e Cultura em Nampula, disse em conversa telefónica com a nossa Reportagem que alguns distritos já começaram a receber ajudas para melhorarem as suas infra-estruturas que foram destruídas pelas chuvas.

Segundo Nicurupo, o distrito de Moma já recebeu 180 chapas de zinco, 10 kg de arame de ligação, 10 kg de prego de 10 polegadas, 80 barrotes e 100 madres, enquanto o distrito de Liubo recebeu 150 chapas de zinco, 100 barrotes, 10kg de prego para a cobertura de chapa, 10 kg de prego de 5 polegadas.

O porta-voz disse que todos os distritos já têm o material escolar, com a excepção de Larde devido ao corte da ponte que dá acesso àquele distrito.

GAZA COM MAIS TREZE NOVAS ESCOLAS

A província de Gaza vai contar para o presente ano lectivo com 13 novas escolas, das quais oito para o ensino primário e seis para o secundário. As escolas primárias vão funcionar nos distritos de Bilene, Mandlakadzi, Chibuto, Chigubo e Xai-Xai, enquanto as secundárias funcionam em Bilene, Mandlakadzi e distrito de Xai-Xai.

Aquela província contará ainda com uma escola do ensino técnico profissional no distrito de Bilene.

Ainda no rol das intervenções com vista a garantir-se o processo de ensino e aprendizagem naquela província, 26 escolas serão elevadas do nível do ensino primário do primeiro grau para escola completas em Bilene, Guijá, Chicualacuala, Xai-Xai, Mandlakadzi, Massingir e Massangena, enquanto a Escola Secundária de Chissano passará a leccionar o segundo ciclo.

Sendo assim, o global das unidades de ensino na província será de 784 escolas das quais 726 serão do ensino primário, 50 do ensino secundário e as restantes sete do ensino técnico profissional.

O porta-voz da direcção Provincial da Educação e Cultura, João Cabral disse que as instituições de formação de professores e do ensino superior vão se manter em números de três e sete, respectivamente.

Num outro desenvolvimento, Cabral disse que o ensino técnico profissional vai ter cerca de mil e 879 estudantes, o superior cerca de mil e 876 estudantes e na alfabetização e educação de adultos, mais 22 mil alfabetizandos.

“Para estes desafios, vamos contratar 359 professores dos quais 140 para o primário do primeiro grau, 80 para o segundo grau, 129 para o secundário geral e dez para o ensino técnico profissional. Serão ainda contratados 36 educadores profissionais do Instituto de Formação de Educadores de Adultos, mil e 500 alfabetizadores voluntários, 31 auxiliares e cinco técnicos médios”, explicou Cabral.

Entretanto, o livro escolar de distribuição gratuita já se encontra nas sedes distritais daquela província, e este momento, está-se a realizar o processo da sua redistribuição pelos postos administrativos, localidades e povoados.

Abibo Selemane

habsulei@gmail.com

FOTOS DE Jerónimo Muianga

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