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Melhora circulação rodoviária na Matola

Por admin

Texto de Abibo Selemane e Fotos de Carlos Uqueio

O Município da Matola está a levar a cabo obras de reabilitação de diferentes vias de acesso que ligam os seus bairros e vários pontos da província e cidade de Maputo. Os munícipes afirmam que há muito tempo que aguardavam pelas intervenções em curso, esperando agora reduzir as distâncias e os custos de manutenção das viaturas.

 

As obras de melhoramento das vias de trânsito iniciaram ainda no período chuvoso devido às exigências dos próprios automobilistas. Em Março passado, alguns transportadores semi-colectivos chegaram ao ponto de paralisar as actividades, exigindo a reabilitação das ruas.

O grito foi atendido pela edilidade ainda durante o período chuvoso, fazendo pequenas manutenções de emergência.

 Numa primeira fase, as obras estavam centradas na Avenida das Indústrias e na Rua da Vidreira. Trata-se de ruas que ligam aos bairros da Machava Socimol, Liberdade, Nkobe, Bunhiça, Malhampsene e Tsalala.

Seguiram-se obras de raiz  na asfaltagem das avenidas da Liberdade e rua Sasseka – Mafureira, no Posto Administrativo Municipal da Matola Sede, ao mesmo tempo que a ligação N4 a Machava Socimol reabria ao trânsito com a conclusão da terraplanagem daquele troço de cinco quilómetros ligando os bairros Malhampsene, Tsalala e Machava Socimol.

Actualmente, a agenda municipal das vias de acesso está centrada na Avenida União Africana, também conhecida por “Estrada Velha”. O troço tem também cinco quilómetros de extensão e está a beneficiar-se de reabilitação em quase toda sua extensão.

As obras, avaliadas em 17 milhões de meticais, iniciaram em Agosto passado e tem seu término previsto para final de Outubro do ano corrente. Para além daquela avenida que liga Matola aos municípios de Maputo e Boane, está ainda em manutenção a rua terraplanada que liga os bairros Khongolote, Mapandane e 1° de Maio.

A “Estrada Velha” apresenta algumas secções com degradação acentuada, por causa da falta dum sistema de drenagem das águas das chuvas. Nas obras em curso, já é visível no terreno a construção de canais para o escoamento das águas.  

Entretanto, ainda reina uma preocupação no seio dos utentes daquelas ruas sobre a sua durabilidade, alegadamente porque nem todas têm as valas de drenagem.

Na ronda que a nossa equipa de Reportagem efectuou há dias naquela autarquia, constatou que várias ruas que beneficiaram de reabilitação não têm valas para escoar as águas.

No caso da avenida União Africana, o presidente do Município da Matola, Calisto Cossa, reconheceu ao domingo que um dos pressupostos para a durabilidade das obras em curso é a construção de valas de drenagem para escoamento das águas, visto que “o asfalto é inimigo das águas”.

AUTOMOBILISTAS SATISFEITOS

Os automobilistas e utentes das estradas do Município da Matola estão satisfeitos com o nível de intervenções de algumas vias de acesso, pois, nas suas palavras, permitem uma melhor circulação para diversos pontos da autarquia sem o receio de ver as suas viaturas danificadas.

Alguns destes lembraram que num passado recente era difícil, por exemplo, chegar aos bairros de Liberdade, Machava Socimol, Tsalala e Matola “A”.  

Falando sobre a “Estrada Velha”, Osvaldo Cristiano, transportador semi-colectivo, referiu que faz muito tempo que a sua classe se sente prejudicada com o estado daquele troço.

Para Cristiano, a reabilitação poderá trazer nova dinâmica da sua actividade, uma vez que estarão a trabalhar em melhores condições sem o medo de ver a sua viatura com rápido desgaste de peças.

“A estrada está mal, até os machimbombos deixaram de circular, só ficamos nós a arriscar. Os nossos carros sempre têm o problema de suspensão por causa da estrada que está esburacada. Acho que quando concluírem a reabilitação, não voltaremos a ter esses problemas”, disse.

Por sua vez, Jorge Paulo, transportador de carga na cidade da Matola, disse à nossa Reportagem que há muito tempo que espera ver melhorada a situação das vias de acesso daquele município.

“Estou satisfeito porque as outras vias foram reabilitadas e já começaram a tratar da “Estrada Velha e neste momento estão na zona da CMC. Não sei se vão prolongar até ao fim desta avenida, porque tem acontecido interrupções neste tipo de obras”, disse Jorge Paulo.

O nosso entrevistado lembrou que defronte do Mercado Santos há um lugar que no passado era um rio e as pessoas encheram de lixo e comprometeu a circulação das águas.

“Aquelas águas circulam por baixo e sempre que sobem entram nas ruas, razão pela qual esta zona está sempre alagada. Então era bom que fizessem valas nas bermas da estrada para permitir o escoamento dessas águas”,disse Jorge Paulo, que entende que para garantir a durabilidade da estrada “é só fazer como na Estrada Nacional Numero um”.

Por seu turno, Alberto Nondo, também transportador de mercadorias para diferentes pontos do município, revelou que o actual estado das vias de acesso está a animar os automobilistas.

“Agora estamos bem. Gostaria que esses trabalhos continuassem noutros bairros, porque há zonas que não é possível entrar e nós queremos ir até lá porque tem também nossos clientes. A outra coisa que acho que precisa de muita atenção são as águas, por exemplo, nesta zona do Mercado Santos, sempre que chove fica cheio de água”, disse Alberto Nondo.

O desafio é promover

a ligação inter-bairros     

– Calisto Cossa, presidente do município

O presidente do Município da Matola, Calisto Cossa, disse ao domingo que a aposta da edilidade é promover a ligação entre os bairros da urbe, reduzindo dessa forma os custos dos munícipes para chegar aos seus destinos e na manutenção de suas viaturas.

Tal como referiu aquele dirigente, o Conselho Municipal está a implementar um programa de intervenção nas vias de acesso, tendo também em vista descongestionar as principais avenidas, as quais, registam elevado tráfego nas horas de ponta.

Conforme explicou, o município da Matola possui várias ruas que em bom estado podem facilitar a mobilidade e acessibilidade aos bairros, daí que, a par da asfaltagem e pavimentação das vias, estão em curso intervenções nas estradas de terra batida.

“Devido a limitações financeiras, não podemos asfaltar todas as ruas duma única vez. Por isso, onde ainda não é possível, estamos a terraplanar com recurso a material granular, o qual, mesmo no período chuvoso, garante consistência para a circulação das viaturas– observou o edil.

Indagado sobre as obras da “Estrada Velha”, Calisto Cossa observou que a intervenção está a ser condicionada porque decorrem em paralelo obras da futura Cidadela da Matola, as quais, implicam a montagem de anilhas de transporte de águas residuais para o mar.

“Mesmo assim, estamos confiantes que o empreiteiro nos vai entregar a estrada reabilitada antes do início da época chuvosa”– afiançou Calisto Cossa.

 

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