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Lichinga, Panda e Inharrime aguardam por melhores dias

A cidade de Lichinga e as vilas-sedes dos distritos de Inharrime e Panda aguardam por melhores dias para se solucionar o problema do abastecimento de água às 

populações ali residentes.

 

O sistema de abastecimento de água à cidade de Lichinga está obsoleto devido à sua idade. Foi montado na década de 50 e ao longo dos anos nunca beneficiou de nenhuma acção séria para a sua manutenção. Só em 2010 é que iniciou o processo de reabilitação. Enquanto isso leva o seu tempo, os habitantes dos bairros da zona periférica estão a consumir água imprópria. A excepção, são os moradores do bairro Cinco Nzinge que consomem o precioso líquido através da rede colocada por um proprietário de uma bomba de combustível.

 

O Município de Lichinga possui 15 bairros e segundo as projecções residem nele 168 mil habitantes. Cinco bairros da zona periférica da cidade de Lichinga não dispõem de água potável para o consumo, tudo porque o sistema de abastecimento de água naquele ponto do país está obsoleto e o processo de reabilitação apenas abrangeu os bairros do centro da cidade.

A reportagem do domingo conversou com alguns residentes de Lichinga para se inteirar do problema da falta de água potável. Beatriz José, descreve a problemática de falta de água como deplorável, tendo acrescentado que a água que se consome no interior do bairro é castanha, a ponto de ser apelidada de “sumo davita”.

Por força das circunstâncias, toda gente do Cinco Nzinge se concentra no sistema montado na bomba de combustível que, mesmo assim, não responde ao coeficiente oferta/procura, resultando em enchentes.

“No bairro, tiramos água de péssima qualidade e imprópria para o consumo humano. Tendo em conta o presente tempo chuvoso, não sabemos como iremos escapar de doenças como cólera”, frisou Beatriz José. 

Ela lamenta o facto do Conselho Municipal de Lichinga não tomar pulso da situação e resolver o problema, pois existem bairros com água potável naquela cidade. 

Segundo a nossa interlocutora, a situação é tão difícil a ponto de haver quem sai de casa por volta das quatro horas, correndo o risco de sofrer agressões físicas, para conseguir um balde de água o quanto cedo.

Beatriz José contou que, normalmente, sai de casa às cinco horas da manhã. No dia em que conversou com a reportagem do domingo,  já passavam das nove horas e ainda não havia conseguido sequer um balde de água. “Por dia preciso de três baldes para cozinhar, lavar pratos e beber. O banho e roupa fazemos no rio Nzinge, onde também enfrentamos outro problema de bichos que provocam bilharziose”, explicou.

Tassiana Adriano, por sua vez, conta que a situação de falta da água é péssima na cidade de Lichinga. No seu bairro não existem fontanários e a água dos poços sai suja e com uma clara indicação de estar a secar. Por essa razão, segundo a interlocutora, apenas conseguem tirar do poço dois baldes de água acastanhada.

Normalmente, ela precisa de cinco baldes de água para os afazeres domésticos: lavar loiça, beber, cozinhar, num agregado familiar composto por oito pessoas.

Para o banho usam água do poço, isso quando conseguem, pois na maior parte das ocasiões recorrem ao rio para o banho e para lavar a roupa.

Perante esta situação, Tassiana Adriano apela às autoridades municipais para que criem condições, de modo a instalar-se fontes de água nos bairros altos da cidade de Lichinga.

“Não tenho palavras para agradecer o gesto do senhor Hugo Piter Botha proprietário da bomba de combustível, que disponibilizou água gratuita para os residentes do bairro Cinco Zinge”, disse Tassiana.

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