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Juventude deve ser prioridade de Governação

Oswaldo Pitersburg terminou o seu mandato de cinco anos à frente dos destinos do Conselho Nacional da Juventude (CNJ) depois de eleito em Maio de 2009. Embora tenha direito a mais um mandato decidiu não se recandidatar.

Porém, está ciente de que muito ficou por fazer, numa altura em que as bases estão criadas para que a juventude seja efectivamente prioridade de Governação.

Entretanto, o Conselho Nacional da Juventude vai realizar a VI Assembleia Geral Ordinária nos dias 6 e 7 de Junho na cidade de Tete, cujo ponto alto do evento será a eleição dos novos órgãos sociais da agremiação.

É ponto assente que o actual presidente de direcção, Oswaldo Pitersburg não vai se recandidatar para mais um mandato, embora tenha direito em termos estatutários. A razão de tal decisão é simples: deseja estar mais próximo da família e do filho que o casal espera.

“Quando me tornei Presidente do CNJ era solteiro e hoje a situação mudou, pois estou casado e à espera de um filho”, dissipa equívocos. 

Este pronunciamento vem desmentir a informação segundo a qual a Organização da Juventude Moçambicana (OJM) agremiação que sustentou a candidatura de Pitersgurg em 2009 puxará o tapete, optando por eleger outra figura, Manuel Formiga, em Comité Central realizado em Inhambane.

“Isso não constitui verdade, pois fui eu que decidi não me recandidatar, embora tenha sido solicitado pela organização para que o fizesse”, contestou Pitersburg. Segundo disse, “tanto dentro da OJM, bem como outras pessoas pediram-me que continuasse à frente dos destinos do CNJ mas, recusei-me porque entendo que também posso dar a minha contribuição estando fora da direcção da agremiação”.

No decurso da conversa, referiu que o actual elenco elaborou um Plano Estratégico que deverá ser implementada pela próxima direcção e que está alicerçado a um projecto de 3.5 milhões de dólares financiados pela Organização Não Governamental (ONG) Holandesa SNV designado “O Sucesso começa contigo”. 

Está iniciativa, segundo o Piersburg, destina-se a dar uma segunda chance aos jovens que se descaminharam ou que não puderam prosseguir com os estudos para que aprendam a fazer algo que garanta o seu sustento.

Considera ainda que estão criadas as condições para que a juventude se torne efectivamente uma prioridade na agenda de governação, porque o espaço está preparado.

Para ele, quando se fala de instalação de sistema de água, energia, construção de habitação, criação de emprego, toda está cadeia de infra-estruturas estão viradas para os jovens como agenda do Governo.

“Trata-se de uma semente que nós como CNJ lançamos ao terreno, agora virão os outros regar para que ela floresça”, regozijou-se o interlocutor.

TIVEMOS PERCALÇOS

MAS MISSÃO CUMPRIDA

Na hora do adeus, Pitersburg diz sair com o sentimento de missão cumprida pelos feitos alcançados no comando daquela agremiação juvenil, nomeadamente a aprovação dos estatutos e publicação no Boletim da República, para uma instituição que existe desde 1997.

“Quando chegamos havia legislação dispersa nas mãos da Mesa da Assembleia-geral e do Conselho de Direcção, que tivemos de harmonizar e criar o actual estatuto”, disse.

Reconhece que muito ficou por fazer, citou como exemplo que gostaria de ter deixado cada Conselho Provincial da Juventude com sede própria.

Lamenta o facto de a dotação orçamental não ter chegado aos distritos a partir do CNJ, apenas para as capitais provinciais.

Para além disso, afirma não ter conseguido persuadir o Governo a melhorar o orçamento da organização, nem a introduzir uma prática de realização de Assembleias ordinárias anualmente.

Apesar desses percalços, destaca a declaração de Chiringoma como um marco que conduziu a criação do Gabinete Parlamentar da Juventude na Assembleia da República em 2010.

Pela primeira vez na história da agremiação foi organizado um Conselho Nacional, em Anchilo, Nampula, pois os anteriores foram realizados sob a chancela do Ministério da Juventude e Desportos. 

Sendo uma instituição que funciona em moldes de voluntariado houve a necessidade de pressionar primeiro o Governo, depois o parlamento para que fosse aprovado um instrumento que regulasse a actividade do voluntário em Moçambique.

“É com base nesse instrumento legal que, quando o país sofre uma calamidade, os jovens engajam-se no socorro às populações sem sofrer represálias nas instituições onde trabalham”..

Em termos de emprego conseguiram que fossem aprovados os estágios pré-profissionais remunerados para combater a exigência, segundo a qual, o candidato devia ter experiência de cinco anos.

O grande bico-de-obra da juventude moçambicana está relacionado ao acesso à habitação condigna ou terra infra-estruturada. A política e estratégia de habitação aprovada pelo Governo tiveram a contribuição do actual elenco do CNJ.

Igualmente chamam para eles o mérito de ter conseguido canais para recepção de talhões, alguns em forma de terra infra-estruturada em vários pontos do país. Parte dos apartamentos na Vila Olímpica entregues aos jovens se enquadram nesse âmbito.

Ao longo dos cinco anos, a direcção do CNJ palmilhou o país levando o observatório da Juventude para interagir com os governos locais e comunidades fazendo um raio X do desempenho dos distritos e deram contribuições para melhorar certos aspectos.

“Graças a essa intervenção conseguimos que nos sete milhões alocados aos distritos houvesse uma fatia gerida e destinada aos jovens através de um Conselho Consultivo”, disse o interlocutor.

Oswaldo Pitersburg também se referiu aos feitos para o empoderamento da rapariga onde se impulsionou a sua participação nos centros de tomada de decisão ao nível do CNJ.

Alargaram a sua participação nos espaços de tomada de decisão através da integração no Conselho Nacional do Ensino Superior (CNES) e do Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP).

Destacou igualmente a criação de condições de trabalho na sede da instituição e nos Conselhos Provinciais da Juventude (CPJ).

A fonte fez saber que a juventude fez entoar o nome de Moçambique em vários quadrantes do mundo, nomeadamente quando dirigiu o Fórum da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), ocupou diferentes posições no dirigimos juvenil ao nível do mundo, continente e região.

Jaime Cumbana

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