Opinião

Costa do Sol chama filhos de volta à casa

Texto de Manuel Meque

Numa autêntica gala de famosos do futebol nacional que marcou o inicio do Ano 60 do Costa do Sol, no recinto Do Matchiki-Tchiki, a direcção do clube “canarinho” convidou a todos os antigos jogadores a regressarem à casa e juntos trabalharem para mais títulos que o clube pretende conquistar este ano e depois, com destaque ao de “Moçambola”.

A própria direcção do clube não terá imaginado que aquela cerimónia de lançamento das festividades de 60º aniversário do Costa do Sol seria presenciada pelos mais famosos futebolistas que representaram aquele clube e o país. Três gerações se fizeram presentes em cheio.

 Terá sido a geração dos mais velhos (Gil, Ramos Siquice, Nito, Caldeira, Machava, Sergito, Luís Siquice, Sérgio, Ribeiro, Cremildo Gonçalves…), mesmo um pouco desconhecida pela nova geração de jornalistas desportivos, ai em serviço, aquela que mais brilhou, muito mais pela culpa de Martinho de Almeida, ex-treinador “canarinho”, o palestrante do tema “futebol antes e depois da independência”, juntamente com o Arquitecto Altenor Pereira, dirigente, técnico e grande conhecedor da realidade desportiva nacional. Martinho de Almeida teve a culpa de recordar o passado glorioso do Costa do Sol apontando os seus protagonistas presentes.

Depois da geração de 70-80 foi notória a presença da de 90, preenchida ao mais alto nível por Riquito, Rui Évora, Zé Augusto, Zé Bernardo, Jossias, Antoninho, Artur Comboio e outros. E ficou patente que a actual geração de jogadores carece de referências, dada a pequenez do futebol actual. O passado, sem dúvida, foi melhor que o presente. E, talvez, por isso a direcção do Costa do Sol quer que todos que deram glórias ao clube voltem à casa e ajudem aos mais novos a seguir os melhores caminhos para a reconquista dos títulos que fizeram do Costa do Sol um dos mais ganhadores clubes de Moçambique.

60 ANOS DE GLÓRIAS

O Costa do Sol foi fundado a 15 de Outubro de 1955, designado por Sport de Lourenço Marques e Benfica. Em 1978 passou a chamar-se Clube de Desportos da Costa do Sol. Sempre esteve orientado para a prática desportiva sem limite de modalidades, com enfoque na formação e na alta competição.

Foram sócios, técnicos, atletas e funcionários que ao longo de 60 anos ajudaram o clube a atingir a dimensão actual, a ser um dos grandes clubes de Moçambique, tal como sublinhou Amosse Chicualacula, presidente da colectividade, que desejou a todos “ parabéns, parabéns, parabéns”.

As comemorações dos 60 anos do Costa do Sol vão ter a duração de um ano, de 15 de Outubro de 2015 a 15 de Outubro de 2016. O lema das festividades é “ Costa do Sol – 60 anos de Glória”.

A escolha do lema teve em conta o longo percurso glorioso do clube, sobretudo no futebol, que conta com 17 participações na Liga dos Campeões de África e na Copa das Confederações Africanas, onde atingiu por duas vezes os quartos-de-final, nos anos de 1996 e 1998.

Internamente, no futebol senior, o colosso Costa do Sol conquistou 9 (nove) títulos nacionais, 10 Taças de Moçambique e 5 (cinco) Super-Taças.

A grandeza do clube canário não reside apenas no futebol. Conquistou 7 (sete) títulos de hóquei em patins, 10 (dez) títulos nacionais com o andebol. Tantos outros em outras modalidades. No ano passado conquistou o primeiro troféu nacional de futebol feminino. São ganhos que para Amosse Chicualacula fazem perceber que “o Clube de Desportos da Costa do Sol é de Glórias”.

FESTA À DIMENSÃO NACIONAL

Porque o clube deixou de ser somente da cidade de Maputo, a festividade dos seus 60 anos de existências se estenderão pelo país. Assim sendo, estão agendados dois torneios de basquetebol e andebol nas cidades de Chimoio e Matola; uma excursão para os distritos de Manjacaze, Chibuto e Massinga, nas províncias de Gaza e Inhambane; convívios com os

sócios e adeptos nas cidades da Beira, Tete, Nampula, Pemba, Inhambane e Maxixe.

Da proposta do programa das festividades do ano 60 do Costa do Sol consta ainda a realização de seis palestras de diferentes temas nos meses de Outubro de 2015 e Fevereiro, Abril, Junho, Agosto e Outubro de 2016; exposição fotográfica retratando os 60 anos de glória; um torneio de basquetebol infantil na cidade de Maputo, encontros regulares com os antigos atletas do clube e participação destes na moralização dos atletas mais jovens; campanhas de angariação de mais sócios, visitas a locais e personalidades históricas do clube e de outras vivências (sede da FMF, Centro de Preparação Politico Militar, Assembleia da República, Praça dos Heróis Moçambicanos, EDM; BCI, a uma rádio, a um jornal, a uma televisão, a um hospital, a uma universidade, a uma esquadra da polícia e a uma igreja).

E está de volta a mística do Matchiki-Tchiki da década de 90, entanto lugar de laser, com tardes dançantes, noites quentes e madrugadas sem sono.     

Manuel Meque
malembalemba@gmail.com

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Artigos Relacionados

Botão Voltar ao Topo