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INGC distribui alimentos a 1500 famílias

Por admin

O Instituto Nacional de Gestão das Calamidades (INGC) iniciou, há dias, a distribuição de produtos alimentares a 1500 famílias, de um total de 4500 agregados assolados pela fome na sequência da seca que afecta o distrito de Macossa, na província de Manica.

Estasfamílias estão mer­gulhadas numa crise alimentar devido à seca cíclica que devastou to­das culturas lançadas na presente campanha agrária 2015/16. Naquela região, a fal­ta de chuvas começou em finais do ano passado. Por causa deste fenómeno vastas áreas de pro­dução com culturas diversas são dadas como perdidas, ten­do deixado famílias com proble­mas de insegurança alimentar.

O técnico do Instituto Nacio­nal de Gestão das Calamidades em Manica, Vernito Gonga, em contacto com o domingo, disse que na primeira distribuição o governo alocou três toneladas de farinha de milho, 100 litros de óleo alimentar, elevadas quantidades de açúcar, feijão, sal e outro produtos de primeira necessidade para atender aos necessitados em Macossa.

Os produtos não foram su­ficientes para satisfazer as ne­cessidades da população, cujo número cresce a cada dia que passa. Dados em poder do INGC indicam que em todo o distri­to existem 3.614 famílias que aguardam pela ajuda alimentar.

Entretanto, nos próximos dias mais famílias serão abar­cadas pelo processo de distri­buição de comida. A nossa fonte explicou que Macossa continua a merecer maior atenção por parte do executivo, dada a situ­ação em que a população vive, que é considerada como sendo grave.

Muitas famílias recorrem a frutos silvestres e raízes de tubérculos para matar a fome. Outras já abandonaram seus locais de residência e campos agrícolas para regiões baixas à procura de condições para pro­dução de alimentos.

Aquele técnico disse ainda que o problema afecta igual­mente o processo de ensino e aprendizagem naquela região nortenha de Manica. Devido à movimentação para outras regi­ões à procura de sobrevivência,muitos alunos abandonam as escolas e seguem juntamente com seus pais e encarregados de educação.

Ainda não foi possível apurar o número real de alunos preju­dicados pelas calamidades, mas o sector de educação naquele distrito acredita que a fome pro­vocada pela seca está a condi­cionar a presença de alunos nas escolas. Contudo, desenha-se um quadro negro nos próximos dias caso o problema prevaleça.

O índice de desistência dos alunos poderá aumentar, o que contribuirá para existência de muitas reprovações. A seca se­ vera agravada pelo fenómeno El Niño, que também afecta o dis­trito de Macossa, já provocou a morte de dezenas de cabeças de gado bovino, para além de deixar represas sem água. Mui­tas famílias percorrem grandes distâncias à procura de água para uso diário. Outras chegam mesmo a fazer mais de cinco quilómetros para encontrar o precioso líquido.

“Há fome naquele distrito. Muitas famílias estão a sobrevi­ver de frutos silvestres e raízes de tubérculos. A situação está a tomar contornos preocupan­tes a cada dia que passa. Toda produção da primeira época da presente campanha agrária está perdida. Famílias estão a abandonar suas zonas de re­sidência para outras regiões à procura com condições para produção de alimentos. Esta movimentação afecta também o sector de educação. Há pais e encarregados de educação que levam consigo seus educandos e perdem as aulas. Para nós isso é um grande desafio. O que estamos a fazer é apoiar as famílias com diversos alimen­tos. O processo vai continuar apesar de estarmos a atraves­sar algumas dificuldades de ordem financeira na aquisição dos produtos. Também sensibi­lizamos a população para não prejudicar os seus educandos. Deixar que eles continuem a ir à escola enquanto os pais e en­carregados procuram comida. Estamos a ter alguns resulta­dos. Acreditamos que o proces­so de distribuição de alimentos que temos feito poderá benefi­ciar mais famílias e todos se­rão coberto pelo programa que visa essencialmente minimizar o sofrimento da população”, referiu Gonga.

Vernito Gonga asseverou que nas próximas semanas a distri­buição de alimentos será expan­dida para outros distritos que também estão a ser devastado pela seca cíclica, embora o pro­blema continue a ser visto como sendo ainda menos delicado.

Em toda província de Manica existe um universo de 12.279 famílias com problemas de insegurança alimentar e que necessitam de ajuda alimentar urgente. Para além de Macossa, os distritos de Tambara, Guro, Machaze, Mossurize e Báruè são zonas com maior número de famílias arrasadas pela fome.

Depois de Macossa, o pro­cesso prosseguirá nos distritos de Machaze, Tambara e Guro onde algumas famílias também passam por momentos difíceis devido à falta de chuva. Vernito Gonga explicou estar em curso o trabalho de identificação de mais famílias para apurar o número real desses agregados em situação de vulnerabilidade para que o sector se reorgani­ze para assegurar que todos necessitados sejam abrangidos pelo programa de apoio social levado a cabo pelo governo através do Instituto de Gestão de Calamidades.

Texto de Domingos Boaventura

 

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