O Administrador do Parque Nacional da Gorongosa (PNG), Mateus Mutemba, revelou, ontem, em Maputo, que carece de fundos para garantir efectivamente a protecção dos animais existentes dentro do parque contra os caçadores furtivos, que anualmente abatem cerca de seis mil espécies.
Estes dados foram avançados durante a assinatura do memorando entre o Grupo Entreposto, representado por José Cardoso, e a Unidade Contra a Caça Furtiva do Parque Nacional de Gorongosa, que visa aumentar a efectividade de patrulhamento, prevenção e intervenção rápida e eficaz para neutralização dos caçadores furtivos, evitar casos de conflito entre animal e as comunidades e intensificar as acções de identificação e recolha de armadilha.
Nesta parceria, o Grupo Entreposto vai disponibilizar, entre outros, um barco à motor para operações em áreas remotas, desenvolvimento de acções de formação avançada e treino especializado de fiscais, aquisição de rádio de comunicação, uniformes e botas.
“Pretendemos com esta intervenção melhor a capacidade de fazer face à protecção animal. Mesmo com a contribuição financeira substancial feita na área da caça furtiva por alguns empresários nacionais e internacionais não é suficiente para garantir que o nosso parque esteja protegido destes caçadores”, disse Mateus Mutemba.
Para mitigação desta situação foi concebido o clube empresarial do Parque Nacional da Gorongosa que visa criar mecanismos alternativos para financiamentos para a proteccção da biodiversidade da reserva.
“A restauração do Parque de Gorongosa está a decorrer a mais de dez anos e grande parte deste trabalho está a ser executado pelo fundo que nos foi cedido pela Fundação de Greg Carr, que por via da filantropia conseguiu financiar grande parte do projecto, mas contamos também com outros parceiros. Hoje contamos com o Grupo Entreposto para apoiar-nos na parte mais sensível do parque, que é o tráfico de animais e o patrulhamento através do barco”, explicou Mateus Mutemba.
Texto de Idnórcio Muchanga
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Fotos de Carlos Uqueio
