Início » Fim do sofrimento à vista

Fim do sofrimento à vista

Por admin

As famílias vítimas das últimas chuvas, que se encontram desde finais de Março reassentadas no bairro do Zimpeto, próximo do Hospital Psiquiátrico de Infulene, poderão contar com um furo de 

abastecimento de água, a partir do próximo mês, o que colocará fim às longas caminhadas que fazem para ter acesso ao precioso líquido.

 

O empreendimento, avaliado em mais de 47 mil meticais, foi financiado pela empresa Sociedade Moçambicana de Ferragem (SOMOFER) em parceria com o Conselho Municipal da cidade de Maputo sendo que, neste momento, decorrem as jornadas de limpeza, no local onde será aberto o furo, ao que se seguirá o desenvolvimento do mesmo.

Zacarias Manjate, responsável do empreendimento, garantiu que a perfuração vai durar cerca de trinta dias, e avançou que será construída uma base em forma de betão para a protecção da bomba para em seguida montar a estrutura de colocação do tanque.

Sobre o abastecimento, explicou que “numa primeira fase as famílias terão que compartilhar o mesmo furo de cinco metros cúbicos até que haja um projecto de abastecimento de água em cada residência”.

Em conversa com os reassentados, domingo ouviu de António Sambo que a construção de furo de abastecimento de água “é uma mais-valia porque as autoridades municipais demoravam abastecer os três tanques de água, de aproximadamente 500 litros, montados neste local”.

Já Anchura Jussubo, cuja casa foi destruída no bairro de Laulane, reforçou que com a construção do furo de abastecimento de água serão diminuídas as distâncias que tinham de percorrer para ter acesso à água.

“Éramos obrigados a atravessar a Avenida de Moçambique para tirar água nos bairros circunvizinhos, uma vez que nos foi proibida a retirada de água no recinto do Hospital Psiquiátrico de Infulene sem nenhum esclarecimento”.

 

 

 

À ESPERA DE COMIDA

 

No dia da transferência das famílias para a zona de reassentamento circular a informação dava conta que seria, imediatamente, entregue um “kit de instalação” composto de tenda, 10 sacos de cimento, 12 chapas de zinco, dois colchões e comida para trinta dias, sendo que as quantidades de cimento e de chapas de zinco poderiam ser aumentadas para as famílias que nada puderam aproveitar das suas antigas casas devido ao grau de destruição.

Contudo, até ao momento, as famílias somente receberam as tendas, chapa de zinco e cimento. Os alimentos continuam uma miragem, não se sabendo ao certo quando é que chegarão àqueles destinatários.   

Aventina Simbine, que residia no bairro de Maxaquene, apontou o dedo para as autoridades municipais pela falta de alimentação. “Estamos sem comida que nos prometeram”.

Aquelas vítimas apelam às autoridades para que tudo façam de modo a acabar com o sofrimento no qual estão mergulhados, desde Janeiro, quando as suas casas foram destruídas pela chuva.  

Reagindo às declarações dos afectados, quando contactada telefonicamente pela nossa Reportagem, a Vereadora de Saúde e Acção Social do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, Nurbai Calú, afirmou que as sessentas famílias reassentadas próximo do Hospital Psiquiátrico de Infulene receberam o “kit de instalação” completo, incluindo alimentação de trinta dias.

“Não constitui a verdade que o “kit de instalação” estava incompleto. Receberam os alimentos no mesmo dia da transferência de centro de acomodação para o local de reassentamento”, retorquiu.

 

 

MATERIAL NÃO SATISFAZ

ÀS NECESSIDADES

 

O material de construção disponibilizado pelo Conselho Municipal para as vítimas das enxurradas, 10 sacos de cimento, 12 chapas de zinco, não corresponde às suas necessidades.

Amélia Fernando, outra vítima que vivia no bairro Ferroviário, lamentou a insuficiência do material de construção, facto que obriga as famílias a continuarem a viver em tendas unifamiliares. “Já podíamos ter começado a construir casas, de forma a deixarmos de viver em tendas, mas o material não é suficiente”, revelou.

Entretanto, algumas famílias já iniciaram com as construções, como é o caso de Dércio Manuel, que está a edificar uma residência no recinto de reassentamento de tipo dois e pretende aumentá-la ao longo do tempo.

Contudo, reforçou queo Conselho Municipal somente ofereceu dez sacos de cimento e doze chapas de zinco, daí que “tivemos que aumentar o material: comprar mais cimento, ferros, barrotes, areia e pedras”. 

 

 

VÍTIMAS DAS CHEIAS RECEBEM

COMIDA PELO TRABALHO

 

O director do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), João Ribeiro, assegurou que a instituição parou de distribuir, gratuitamente, comida às vítimas das cheias e passou a promover a troca de alimentos pelo trabalho social, já que passou o período de emergência que é de três meses.

A iniciativa é positiva, de acordo com João Ribeiro, principalmente porque o trabalho realizado consiste em actividades sociais em benefício das próprias vitimas, nomeadamente abertura de ruas em zonas de expansão e valas de drenagens em locais de risco; produção agrícola para a obtenção de alimentos frescos e saudáveis; jornadas de limpeza nas vias públicas, entre outras. 

 

Idnórcio Muchanga

aly.muchanga@gmail.com

Você pode também gostar de:

2 comments

Anónimo 5 de Janeiro, 2024 - 2:47

Gerçek Medyumlar hakkında bilinmeyenler neler sizler için araştırdık ve karar verdik.

Reply
Owl accesories 6 de Março, 2024 - 6:16

Your style is very unique compared to other folks I’ve read stuff from. Thanks for posting when you’ve got the opportunity, Guess I’ll just bookmark this blog.

Reply

Leave a Comment

Propriedade da Sociedade do Notícias, SA

Direcção, Redacção e Oficinas Rua Joe Slovo, 55 • C. Postal 327

Capa da semana