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Famílias clamam por infra-estruturas básicas

Por admin

Depois das cheias de Janeiro último, as setecentas famílias distribuídas em 850 novos talhões no bairro residencial Marien Ngouabi, na zona alta da cidade de Xai-Xai, clamam por instalação urgente 

de energia eléctrica, um sistema abrangente de abastecimento de água potável e pela contenção dos índices de criminalidade.

Segundo soubemos junto dos reassentados, apesar de as autoridades terem disponibilizado três fontanários públicos, feito arruamento e disponibilizado chapas de zinco para a cobertura das suas residências, a vida ainda continua difícil, por insuficiência de alguns serviços que, aliás, tinham sido prometidos pelas autoridades administrativas aquando da sua instalação naquele bairro em Março último. E o grande receio é que retorne a época chuvosa e lhes encontre ainda num estágio inicial de reconstrução de suas vidas.

Domingo foi visitar algumas dessas famílias e retrata as suas preocupações face às dificuldades que enfrentam.

 Anistência João Macuácua, 29 anos de idade, tem dois filhos que não os consegue sustentar, segundo avançou, devido às condições em que se encontram.

Afirmou que desde que foi instalada no novo bairro, nada andou, e denunciou que “há um grupo grande de famílias que ainda não recebeu as dez chapas de zinco prometidas para cada uma”.

Estes factores conjugados, na sua opinião, concorrem para o agravamento da fome por que passam já que diz que nunca mais receberam kits de alimentos básicos que vinham adquirindo no centro de acomodação da Organização da Mulher Moçambicana (OMM). O único recurso de subsistência que lhes resta é a actividade agrícola que dela conseguem vender os seus produtos e terem algum dinheiro para superarem as necessidades caseiras.

Na óptica de Anastência Macuácua, se tivessem um apoio substancial nas suas necessidades básicas, isso aceleraria a estabilidade das suas vidas.

Outro morador, Nelson Afonso Macie, de 38 anos, acatou as orientações das autoridades, instalando-se no Bairro residencial Marien Ngouabi, no novo talhão, e manteve o anterior na zona baixa da cidade para a prática da agricultura para o sustento da sua família.

Para além disso, de acordo com ele, vende cabritos que os adquire na província de Tete. Contudo, afirmou que “nos deram o talhão com a promessa de nos ajudarem ainda mais em materiais para construção de casas o que ainda não aconteceu”. Nelson Macie confirmou que a edilidade lhes prometeu a colocação de energia eléctrica o que “também não aconteceu”.

Por seu turno, Sónia Lucas Macamo, de 31 anos, sustentando quatro filhos com o marido a trabalhar em Maputo, queixa-se da criminalidade que atingiu níveis assustadores em todo o bairro.

 Reforçou que isso lhe dificulta a circulação normal, privando-lhes de se deslocar para as suas machambas a fim de produzir e comercializar os seus rendimentos. “A criminalidade é séria no nosso bairro, assim torna-se difícil viver normalmente”, frisou Sónia Macamo.

Conforme soubemos, os criminosos operam na calada da noite e nas primeiras horas do dia no bairro Jasse despojando e maltratando os residentes. Sónia acrescentou que, a cada família, foi atribuído para além de chapas de zinco, um kit de material para a iniciação da nova vida, nomeadamente, enxada, cordas, enxada, catana, tendas e painéis solares.

Já a reclamação de Carmélia Bila, natural de Xai-Xai, outra instalada, é relativa à falta de lonas para o abrigo uma vez que as que possuem deixam entrar água no seu interior. Outro problema tem a ver com o facto de a água que buscam do poço ser turva, portanto, imprópria para o consumo humano.

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