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Exemplo de entrega total à causa nacionalista

Por admin

O povoado de Nyaakamba, no novo distrito de Marara, província de Tete, foi palco, há dias, da realização da cerimónia de homenagem da heroína Emília Daússe, acto que movimentou centenas de pessoas oriundas de diferentes pontos do país e que convergiram naquela pacata unidade territorial.

Tratou-se de um verdadeiro momento de exaltação da vida e obra de uma das combatentes que no limiar da década de 70 resolveu ingressar na FRELIMO, usando a Base de Nyambhandu, em Nyamajanela na frente de Tete. Emília Daússe, conforme referem algumas fontes, evidenciou-se na mobilização das suas companheiras para o transporte de material de guerra e viveres para o abastecimento ao chamado Quarto Sector.

O seu bom desempenho valeu-lhe o alistamento para receber treinos político-militares no campo de Nanchingwea, na Tanzânia, em 1972, e uma vez concluída a formação regressou a província de Tete, mais concretamente para base de Kassuende,

Mais tarde Daússe foi indicada para exercer o cargo de Chefe do Destacamento Feminino, na Base de Nyaluiro, no Quinto Destacamento do Primeiro sector.

Emília Daússe destacou-se também pelo sucesso obtido na espinhosa tarefa que os guerrilheiros da FRELIMO tinham na travessia do rio Zambeze, para o estratégico Quarto Sector. Refira-se que este Sector era o baluarte do avanço da Luta Armada para a Frente de Manica e Sofala e sua extensão para o Sul do país.

Demonstrando coragem e bravura excepcionais, conseguiu contornar a forte vigilância da tropa colonial nesta região e abastecer ao Quarto Sector, com material bélico, medicamentos e produtos alimentares,

Nyaakamba inscreveu-se, desta feita, na Historia Politica do país por ter sido o lugar onde no longínquo ano de 1953 caiu o umbigo da Emília Daússe, uma figura que teve uma infância similar a de qualquer outra criança que tenha nascido no meio rural e no seio de uma família a todos títulos humilde.

Os seus feitos não sóinfluenciaram o governo a fazer um reconhecimento oficial dos mesmos como também, ainda que a titulo póstumo, contribuíram para a elevação do povoado que o viu nascer a património histórico-cultural do país.

A homenagem de Emília Daússe enquadra-se no âmbito da decisão do Governo moçambicano de valorizar de forma contínua e regular a historia e cultura dos moçambicanos e sobretudo a vida e obra dos filhos desta pátria que se destacaram nas várias fases da edificação desta nação.  

Emília Daússe é, para já, um nome bastante familiar para muitos dos citadinos da cidade capital e outros pontos do país uma vez que o mesmo foi atribuído a uma das ruas da cidade de Maputo e um conjunto de estabelecimentos de ensino em diferentes províncias do país, isto mercê do valor da obra e legado por ela deixado.

O Chefe do Estado, Armando Guebuza, que presidiu a cerimónia de homenagem ao referir-se a vida e obra de Emília Daússe sublinhou que a convergência de centenas de cidadãos àquele povoado visava, na verdade, celebrar o exemplo de uma vida que se inspirou no espírito de resistência do nosso Povo contra a penetração estrangeira para se forjar como combatente abnegado pela causa da liberdade e independência do heroico Povo Moçambicano.

Para o PR, este tipo de homenagens é destinado aqueles filhos de Moçambique que não se conformaram com o sofrimento e humilhação a que o povo era sujeito e assumindo que essa condição de colonizado não era uma fatalidade ergueram-se e lutaram com bravura e tenacidade para resgatar a nossa dignidade, liberdade e independência. 

A vida da EmíliaDausse serve de inspiração para outros moçambicanos nesta fase de luta contra a pobreza e pelo bem nosso bem estar. Ao exaltarmos hoje, dia 16 de Junho, os feitos de auto-estima, bravura e patriotismo da heroína EmíliaDausse recordamo-nos também dos homens e mulheres de fibra, homens e mulheres de honra e valor quehá 54 anos foram massacrados em Mueda porque ousaram concentrar-se no edifício da Administração Colonial para exigir de forma pacifica de Moçambique, .

Ainda de acordo com Guebuza foi em resposta a este massacre e outras formas violentas, cruéis que o colonial fascismo fazia ao nosso clamor de liberdade e independência que filhos de valor que a pátria moçambicana gerou decidiram que chegou o tempo para enveredarem pela luta de libertação nacional.

Foram tantos os obstáculos que a nossa homenageada teve que enfrentar que só aos 12 anos ingressou numa escola primaria e missionaria da sua aldeia natal. Aluna brilhante , aplicada não conseguiu infelizmente prosseguir com os seus estudos depois de concluir a segunda classe porque o sistema de dominação colonial tinha , de forma deliberada, trancado todas as portas para o progresso dos moçambicanos. Mas ela não se deixou ficar pelas lamentação do que se passava passando para a accao,  integrandoa rede clandestina que apoiava as Forças Populares de Libertação de Moçambique( FPLM) , com víveres e ludibriando a vigilância da tenebrosa PIDE e da cruel tropa portuguesa. Mais tarde a nossa heroína integrou a guerrilha libertaria, disse Guebuza.

O percurso heróico de Emília Daussechegou ao fim quando foi alvejada mortalmente pela tropa colonial, a 11 de Novembro de 1973, quando cumpria mais uma missão, estando os seus restos mortais depositados na cripta dos HeroisMocambicanos, na cidade de Maputo.

Ela tinha apenas vinte anos e se tornou, com essa idade, mártir da nossa libertação mas os seus vinte anos foram preenchidos por muitos e ricos exemplos de patriotismo. Convidamos a todos moçambicanos a continuarem a consolidar a nossa independência, a unidade nacional e a paz porque moçambicanos como Emília Dausse deram a sua preciosa vida. Continuemos todos a lutar pela realização do ideal de um Moçambique cada vez melhor como a melhor homenagem que podemos prestar aos heróis e mártires da nossa libertação, afirmou o PR.

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