A Empresa Municipal de Transporte Público da Matola (ETM) já está em actividades, com o culminar do processo de transferência de recursos humanos e financeiros da extinta empresa Transportes Públicos de Maputo (TPM) para os municípios de Maputo e Matola.
Com efeito, treze autocarros já estão a transportar passageiros ligando Matola aos municípios de Maputo e Boane, perspectivando-se o crescimento da frota ao longo do presente trimestre.
No quadro da transferência de recursos da extinta TPM para os municípios, a Matola recebeu 75 autocarros, dos quais apenas 13 estão operacionais, enquanto a maioria dos 62 apresenta-se avariada ou imobilizada.
A acção surge numa altura que os munícipes de Matola e Maputo se ressentem da falta de transporte público de passageiros, esperando-se que com duas empresas municipais melhore gradualmente a disponibilidade de transporte ligando as duas cidades e vilas circunvizinhas.
O Presidente do Conselho de Administração da ETM, João Carlos Castanheira, disse ao domingo que a sua direcção definiu um plano de exploração que prevê a disponibilidade de 85 autocarros para responder à actual demanda.
“A Matola é um município grande e em contínuo crescimento. Temos mais de um milhão de habitantes por servir e precisamos de 85 autocarros operacionais para satisfazer a procura pelos nossos serviços”,explicou.
João Castanheiras apontou ainda que uma parte dos 62 autocarros inoperacionais é considerada recuperável a um custo estimado em 54 milhões de meticais.
“Temos recursos humanos capacitados para recuperar alguns autocarros avariados ou imobilizados e estamos a trabalhar nesse sentido. O grande constrangimento é financeiro, porque precisaríamos de 54 milhões para recuperar essa frota”.
O dirigente indicou que está em curso um estudo para a introdução de rotas inter-bairros daquele município. O estado das vias de acesso será determinante para a indicação das novas carreiras.
“Felizmente temos vias em condições para introduzir rotas inter-bairros da Matola. Posso garantir que tal vai acontecer brevemente, e estamos a considerar rotas como cidade da Matola-Khongolote ou Nkobe”.
Ainda na partilha dos recursos, a ETM recebeu igualmente da extinta TPM 320 trabalhadores distribuídos pelas áreas de tráfego, manutenção e administração.
Note-se que a extinção da TPM enquadra-se no processo de descentralização de algumas competências do Governo central para unidades administrativas inferiores.
