Texto de Agnaldo José
A campanha agrária 2025/26 está ameaçada no Regadio 7 de Abril, no distrito de Guijá, em Gaza, inaugurado recentemente pelo Presidente da República, devido ao corte no fornecimento de energia eléctrica que alimenta o sistema de irrigação, por acumulação de dívidas.
O corte da corrente há mais de um mês resulta da falta de pagamento das facturas de consumo numa dívida acumulada pelos agricultores, de mais de 250 mil meticais, com a empresa Electricidade de Moçambique, pelo uso do serviço, e com a chegada do período produtivo, a preocupação aumenta ainda mais no seio dos agricultores e do governo local.
Aquando da inauguração desta infra-estrutura, o Chefe de Estado destacou que, com a reabilitação e melhoramento do regadio, estavam criadas as condições para o aumento da produção e da produtividade agrícola, sublinhado a importância da produção local e o papel central da agricultura familiar no crescimento económico sustentável, tanto a nível local como nacional.
Sucede que quatro meses depois da inauguração do regadio, o sentimento dos produtores é de completo abandono e pedem à empresa provedora do serviço mais ponderação.

Para Helena Chaúque, agricultora, desafios são tantos que “não vale a pena estar a produzir com o grau de dificuldades muito alto, com muita incerteza e falta de mercado, então tivemos que parar.
Na última campanha, 7 de Abril registou boa colheita de feijão, mas está arrumado em casa por falta de mercado, assim fica-nos difícil ter dinheiro para pagar energia e aquisição de outros bens e serviços essenciais”.
O problema foi apresentado hoje ao Secretário de Estado na Província de Gaza, Jaime Neto.

