Opinião

Tempo de desafio

A sustentabilidade das democracias hoje em dia, parece mais depender de factores externos, do que da própria realidade sócio política e económica nacional.

O cidadão exerce o seu poder de voto, mas na realidade o poder das grandes coorporações, bancos,e outras organizações financeiras, reunidas na Bilderberge Group,funcionam como grupos de pressão política, e económica tremenda junto aos governos, colocando entraves, ou impondo exigências ao seu funcionalismo normal.Essa influência torna-se ainda mais mais notória,num momento em que os mercados têm um pendor mais aglutinante de referência económica, e os países se debatem com a questão da dívida soberana,o dólar americano cada vez mais forte,défice orçamental, e problemas de divisas.O grupo Bilderberg é um grupo conservador económico de elite ocidental,de que fazem parte as maiores corporações mundiais,ex-governantes,CEOs e advogados, ligados às maiores instituições financeiras internacionais, que controlam  e com influência em  quase 90% da população,actuando acima de qualquer democracia.As políticas macro-económica de governos são assim monitoradas e condicionadas, e não havendo outra via alternativa que sustente políticas de desenvolvimento, os estados vivem sitiados entre a espada e a parede.Esta é a verdadeira conspiração antidemocráctica  global, na qual os países devido à riqueza do subsolo são escolhidos a dedo, e as sua antenas no terreno, encarregam-se de fazer o resto.Outros em países da OCDE sem capacidade financeira, os  governos limitam-se a  depauperar o património público, agindo como meros contabilistas, na vã tentativa de amortizar uma dívida, que dada a natureza, não pára de crescer.Os estados estão cada vez mais vulneráveis, ao tipo de orgnizações sinistras, que actuam à revelia de qualquer ordem, princípio ou ética.Assumem-se agentes da globalização, sacrificando a soberania económica, e a perda da identidade política e cultural de povos, num mundo que graças às redes sociais, e ao comércio interpaíses é mais pequeno, mas eles o desejam, um espaço mais exíguo do tamanho da sua ganância, para melhor controle, e monitorização.Se há pouco tivemos conhecimento de que alguns consultores no historial do FMI e Banco Mundial, actuaram de forma deliberada, para agravar a divída de países em desenvolvimento  em que trabalharam até à sua insolvência técnica, a Bilderbergue desestabiliza em proveito de seus membros.E como libertar o mundo do espartilho criado por este tipo de organização?

Lembro aqui aquando da reunião da IV Sessão Ordinária do Comité Central do partido Frelimo.Enquanto a reunião decorria, já Alex Vines director do departamento africano no instituto de estudos internacionais da Chatham House, mandava recados, falando de potencial luta pelo poder, que poderia dificultar a política do governo, e o diálogo com a oposição.Alex Vines estava a tentar influenciar o outcome da reunião.A Chatam House cuja missão princpal é o fortalecimento das democracias em paises em desenvolvimento, estava a interferir no desfecho final, tendo em conta interesses  empresariais imediatos dos seus membros.Queria um interlocutor aparentemente mais maleável.Mas o partido Frelimo é um partido impermeável a influências externas, e apenas a solidez e a coesão interna da sua direcção, permite a unidade política necessaria para a formalização de politicas consensuais de acordo com os anseios nacionais.

A democracia não é uma miragem, é um facto consumado em Moçambique.Existe uma unanimidade opinativa dos analistas políticos, no tocante à crise politica no pais, de que amesma é alimentada de factores externos.Todos consideram o desarmamento total das forças residuais  da Renamo, o  principal obstáculo para um diálogo eficaz. É que não existe diálogo sem que um reconhecimento prévio  da ordem constitucional existente, sendo a premissa uma posição irreversível, em defesa do interesse nacional.Quanto aqueles que gostariam de ver o país afundado e económicamente falido ou mergulhado na lama, posso afirmar que Moçambique vai muito bem.As bolsas de resistência encontradas, serão sempre neutralizadas,…A ordem é desarmar os homens residuais da Renamo até à última arma.

Tanto Moçambique como Angola,segundo me parece vêm sendo vítimas do mesmo agressor.Se Angola era considerada a pérola do Atlântico , Moçambique é hoje a pérola do Indico.Ambos os países são produtores de matérias primas, no qual se inclui petróleo e gaz natural, como fonte principal de receitas.Como é sabido o preço de petróleo e gaz caíram, afectando a economia e as politicas macroeconómicas de ambos, assim como a balança de pagamentos.Em Moçambique a corrente depreciação do metical face ao dólar, traz consigo a questão do aumento de preços do consumidor, e o Banco de Moçambique vem tomando medidas para controlar o elevado custo de vida.A situação financeira exige a contenção da despesa pública, devido ao abrandamento do investimento estrangeiro, o dólar americano forte ,redução do apoios dos doadores, e falta de divisas;efectivamente Moçambique não pode gastar mais do que produz, sendo importante a imposição de restrições de gastos  desnecessários, até que a situação económica de registos de melhoria, ficando assim salvaguardado o agravamento do défice. 

Hoje em dia o político e o económico vivem interligados, exigindo uma  maior coesão política de economias regionais,agregadas em alianças.Mesmo assim o importante é que a abordagem seja um sério reflector dos anseios populares, para que os consensos funcionem conforme o alemejado.Na região da SADAC, Angola, Botswana, Lesotho, Malawi, Moçambique, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe nascem de uma amizade, alicerçada em 1980, com o objectivo de incentivar as relações comerciais, entre os seus países membros (actualmente com 13 países do sul de África).Em 17 de Agosto de 1992, os Chefes de Estado e Governo, assinaram um tratado que transformava a “SADCC”, de Conferência de Coordenação, em SADC.

Lembro da amizade entre os saudosos, presidente Samora Machel, Julyus Nierere da Tanzania, e Eduardo dos Santos de Angola. A SADC já deveria ter grande expressão no mercado internacional, e apesar do bloco não ter sequer o status de mercado comum, ele é de grande importância para a necessária cooperação, entre os países do continente.

A recente reunião dos antigos movimentos de libertação da Africa Austral realizada em Maputo, para avaliar e procurar formas de reforçar  as suas relações de amizade, solidariedade, e cooperação, em prol do contínuo desenvolvimento dos povos e países , foi um passo importante  a dar continuidade.A total autonomia económica passa pelo reforço estratégico de cooperação regional, e de povos e paises com a mesma experiência de vivências,fazendo de denominador comum, o mesmo problema até à superação do seu grau de dificuldade.O grande desafio do presdiente Flipe Nyusys é a estabilidade e o desenvolvimento. A consolidação da unidade nacional é ponto assente, que nos levou à independência, e os desafios de hoje serão também vencidos, desde que se faça a leitura correcta dos mesmos, sem concessões de espécie alguma, aos adversários da soberania de Moçambique.

 PS.A bancada parlamentar da Renamo ao decidir apresentar no parlamento o projecto de Revisão Pontual da Constituição com “a matéria autarquias proviciais , e conforme diz, como forma de contribuir para a descentralização dos poderes do Estado,comete erros de cálculo. A Renamo deveria  deveria saber que eleições gerais e reforma administrativa, são assuntos diferentes, e obedecem a regimentos diferentes.Não vamos rever a constituição da República para colmatar a ansiedade da Renamo, de chegar ao poder à força das armas.Moçambique é um estado uno e indivisível.

 Unidade Nacional, Paz e Progresso

PS. Como autor do texto reservo-me no direito legal, de não permitir que o texto seja reproduzido parcialmente ou na integra na rede social, na ferramenta de busca google por outra fonte , ou blog que não seja o Jornal Domingo.

A violação do acima referido reserva-me o direito perante a Lei, assim como  ao jornal domingo,  a instauração de  uma acção judicial com direito a reparos agravados contra o prevaricador.

 Inacio Natividade

 

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