– vovó Maria Maluleque, residente em Maputo
Costuma-se dizer que o pobre não zanga, só se chateia. Mas, em matéria de relacionamento – convenhamos –, difícil é definirse o conceito de pobreza, para se tomar a melhor decisão na questão em discussão.
Seja como for, ninguém é proibido de atirar a toalha ao chão, ainda assim muito se debate sobre se a ira é dirigida à pessoa certa, no momento certo.
Seja como for, ninguém é proibido de atirar a toalha ao chão, ainda assim muito se debate sobre se a ira é dirigida à pessoa certa, no momento certo.
Indo directo à questão, a discussão gira em torno de graus de zanga que levam a que, em alguns casamentos, sejam construídas cercas de arame farpado entre marido e mulher.
Sabe-se que, em algumas situações, as mulheres preferem abandonar o marido no quarto do casal, para dormir com os filhos. Mas a vovó Maria Maluleque avisa, em primeiro lugar, que “‘apsitwali’ (não faz sentido)”. Apela, em seguida, para que, “em momentos de zanga, as mulheres se sacrifiquem um bocado e engulam algumas coisas. Não deixem o marido sozinho no quarto, pode abrir espaço para desconfianças e também para eles se dedicarem a outras mulheres só por vingança”. Afirma, entretanto, que “as nossas mães educaram-nos para não zangarmos dessa maneira, e nós, as mais velhas, sempre obedecemos. Mas, hoje, as nossas filhas fazem as coisas de outra forma. Esquecem-se que são casadas e comportam-se como se não precisassem do marido para nada”.
