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Cuamba: uma autarquia em ascensão

Por admin

A asfaltagem das estradas municipais por pavês chegou à cidade de Cuamba, em Niassa. Recentemente, o presidente do Conselho Municipal daquela urbe, Vicente da Costa Lourenço, chamou a 

comunicação social para testemunhar in loco, o primeiro ensaio no que diz respeito à colocação deste material. A primeira rua escolhida tem o nome do primeiro presidente de Moçambique independente, Samora Moisés Machel.

Com pouco mais de um quilómetro de comprimento, a obra ora iniciada, em regime experimental, vai consumir cerca de oito milhões de meticais, valor co-financiado pelo Conselho Municipal de Cuamba, Fundo de Estradas e Programa de Desenvolvimento Autárquico. A sua conclusão, de acordo com o empreiteiro, Álvaro Construções, está prevista para Setembro de 2014.

Com este ensaio, os munícipes vão se livrar, nos próximos tempos, de estradas poerentas, já que, segundo foi dado a conhecer na altura, mais ruas da cidade – as mais importantes – vão ser também asfaltadas, desta feita no quadro do projecto de asfaltagem da EN13, que liga as cidades de Nampula e Cuamba, cujas obras estão em execução.

O manifesto eleitoral do actual edil de Cuamba, Vicente da Costa, colocava as vias de acesso e o abastecimento da população de água potável, como as principais prioridades do mandato. A estas juntam-se a electrificação dos bairros, construção de escolas e centros de saúde, para além da conclusão de infra-estruturas inacabadas durante o reinado de Arnaldo Malôa, com destaque para mercados municipais.

O presidente do Município reconhece, no entanto, que o período para o cumprimento de promessas eleitorais – dois anos – é escasso, pelo que todo o seu “staff” é chamado a entregar-se ao trabalho, de corpo e alma, para resolver os problemas que ainda apoquentam os munícipes, mesmo tendo em conta que, está a cerca de seis meses do final do seu mandato. O programa eleitoral já foi executado em mais de 90 por cento.

A grande audiência que caracterizou a cerimónia de lançamento da primeira pedra é bem demonstrativa de que há muita ânsia em ver as estradas da segunda maior cidade de Niassa asfaltadas. Daí, muito público fez-se presente à cerimónia para testemunhar a iniciativa, designadamente munícipes, autoridades comunitárias e religiosas, membros do governo local, agentes económicos e representantes de partidos políticos. Como é costume, a referida cerimónia foi antecedida de um ritual tradicional, vulgo makeya,que consiste em pedir bênção aos antepassados.

Durante muitos anos, as ruas municipais de Cuamba apresentaram-se em estado deplorável. Os anteriores edis nunca souberam honrar os compromissos feitos durante as campanhas eleitorais daí que, em Dezembro de 2011, os munícipes daquela que é considerada a cidade económica de Niassa terem optado por ir às urnas para eleger um novo presidente.

Nessa altura, de acordo com algumas pessoas contactadas pelo nosso jornal, a cidade de Cuamba apresentava cara suja, com montões de lixo em todos os cantos. As estradas, essas, andavam esburacadas, exigindo de quem as usasse uma tremenda ginástica para contornar os obstáculos. Esta situação agravava-se no período chuvoso.

“Quando as coisas melhoram é sempre bom congratular às pessoas que estão à frente do município. Ontem, criticávamos a maneira como a nossa edilidade era tratada. Hoje, temos que ter a mesma coragem de elogiar o que está bem”, observou António Benjamim, um munícipe que se diz orgulhoso pelos feitos que estão a acontecer, em tão pouco tempo, na cidade de Cuamba.

A nossa Reportagem constatou que, para além da colocação de pavês, estão em curso trabalhos de reabilitação de estradas municipais nos principais bairros. Para o efeito, de acordo com Vicente da Costa, a pronta colaboração do seu homólogo de Mocuba viabilizou a reabilitação, depois de este ter colocado à disposição do Município de Cuamba uma máquina niveladora para agilização do trabalho.

Instado a pronunciar-se sobre se o processo de reabilitação de estradas iria ser coincluído durante o presente mandato, Da Costa foi peremptório em afirmar que a reabilitação e/ou construção de estradas é um processo contínuo, que não se esgota num único período. “Mesmo os municípios muito desenvolvidos, incluindo o de Maputo, não construíram estradas num único mandato, pois se trata de um trabalho cuja execução é permanente. Entretanto, se conseguirmos asfaltar as principais ruas do nosso município, vamo-nos dar por satisfeitos, pois estaremos com uma percentagem de realização satisfatória”, afirmou.

FALTA DE ÁGUA

CONTINUA UMA “DOR DE CABEÇA”

De entre as promessas eleitorais que estão a ser paulatinamente cumpridas, o problema de água continua a ser a principal dor de cabeça para o executivo dirigido por Vicente da Costa.

É que, apesar do esforço que está a ser feito no sentido de debelar a grave situação em que o Conselho Municipal de Cuamba está mergulhado neste aspecto, as soluções parecem estar cada vez mais distantes.

A situação de água em Cuamba ainda é descrita como sendo crítica. Apenas cerca de 18 por cento dos munícipes consome água potável. O número é insignificante. Mesmo assim, algumas pessoas ouvidas pela nossa Reportagem afirmaram que a situação já foi bem pior. Na altura, ter acesso a um furo de água era luxo. Nas primeiras horas da manhã, acrescentaram as nossas fontes, viam-se todos os dias pessoas vagueando pelas ruas cidade à procura de, pelo menos, alguns litros de água para o consumo familiar.

O edil de Cuamba acredita que melhores dias virão. Promete aumentar a capacidade de tubagem, um trabalho que será feito em paralelo com a canalização da água. “Neste momento, apesar da crise, pensamos que estamos a realizar um bom trabalho, pois já conseguimos, em pouco tempo, atingir mais bairros, nomeadamente Muchora e uma parte do Aeroporto A, locais cuja população não beneficiava de água antes deste mandato”.

O problema, de acordo com a fonte que temos vindo a citar, é da conduta que sai de Mitúcuè. É uma tubagem menor. É preciso substituí-la por uma maior, com capacidade para abastecer grande número de munícipes. Para a concretização dos objectivos preconizados, o Conselho Municipal de Cuamba conta com um parceiro de peso: o Fundo de Investimento e Patrocínio Água (FIPAG), que neste momento está a trabalhar para aliviar os munícipes da aflição a que estão mergulhados.

OUTRAS INFRA-ESTRUTURAS

Vicente da Costa Lourenço contou que durante este mandato foi colocada, em parceria com a Televisão de Moçambique (TVM), uma antena de televisão e o respectivo sinal.

 Foi igualmente posta em funcionamento uma morgue. Com o funcionamento desta importante infra-estrutura, as famílias deixaram de enterrar os seus entes queridos às pressas, por falta de condições de frio para a conservação dos corpos.

Para além dos trabalhos atrás referidos, Vicente da Costa Lourenço herdou muitas obras mal paradas, sendo de destacar o mercado central, cujos pavilhões já foram concluídos e estão em uso.

Por outro lado, algumas salas de aula foram melhoradas e outras construídas, o mesmo acontecendo em relação ao Centro de Saúde de Tetereane. “Dentro de pouco tempo, vamos lançar um concurso para a construção de um novo centro de saúde na zona mais populosa do município de Cuamba, Adine I, num projecto que vai beneficiar também os bairros Muchora, Adines e Jato, disse da Costa Lourenço.

Ainda no âmbito da satisfação das necessidades dos munícipes, o Conselho Municipal de Cuamba construiu e entregou, no presente mandato, a ponte sobre o rio Muanda, na zona da Sociedade Algodoeira do Niassa, SAN, infra-estrutura que permite o descongestionamento do tráfego na EN13, para além de ligar o centro da cidade aos bairros de Rimbane, Cancina e Mujaua.

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