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Construções desordenadas dificultam expansão de água e energia

Por admin

A construção de habitações em terrenos não demarcados onde algumas famílias construíram suas habitações e outras continuam a praticar actividade agrícola em alguns bairros do Posto Administrativo da Matola-Rio, distrito de Boane, Província de Maputo, está a dificultar o processo de expansão da rede de água potável e corrente eléctrica.

Tudo começou quando alguns residentes de Matola-Rio se puseram a vender algumas parcelas das suas machambas para pessoas que pretendiam erguer habitação.

Porque ninguém disse o que quer que fosse, cada um pôs-se a construir a seu bel-prazer, sem olhar sequer para o possível traçado do arruamento, electrificação, etc., etc.

Agora a comunidade pede ao Governo a disponibilização de água potável e energia eléctrica nos seus bairros, o que se está revelando uma grande complicação.

Em conversa com Maura Macuácua, chefe do posto administrativo da Matola-Rio, esta afirmou que está a ser difícil atender às preocupações da população, porque o traçado, quer para canalização da água, quer para a energia eléctrica, vai passar por alguns quintais e machambas, com todas implicações daí resultantes.

Mandamos uma equipa da Direcção Distrital de Planeamento e Infra-estruturas para fazer um levantamento nos bairros. O resultado vai permitir-nos ter uma visão clara sobre como podemos trabalhar para ter a solução deste problema sem prejudicar as pessoas”, disse Maura Macuácua, tendo acrescentado que a Electricidade de Moçambique está receptiva a expansão da rede eléctrica“desde que a comunidade nos ajude a ultrapassar este impasse

Entretanto, o Posto Administrativo da Matola Rio tem vindo a registar, nos últimos tempos, uma grande procura de espaço para a construção de infra-estruturas tais como residências e estabelecimentos comerciais, procura essa que por vezes acaba em acesas discussões.

Segundo apurou o domingo, o barulho tem envolvido os proprietários dos terrenos e as pessoas que adquiriram uma parte dos mesmos para construção de habitação. Sucede que os vendedores de tanto gostarem de dinheiro venderam grandes porções de terra e agora não têm mais um palmo de terra para oferecer aos familiares mais directos também com pretensão de erguer as suas próprias residenciais.

Desesperadas, procuram falar com as pessoas com quem fizeram o negócio anteriormente para cederem uma parte do terreno, mas sem sucesso. A situação torna-se mais difícil de gerir uma vez que, quando o negócio foi feito as autoridades não foram contactadas e os talhões não foram parcelados.

Entretanto, de acordo com a chefe do Posto Administrativo da Matola-Rio, em Novembro do ano passadotinha se iniciado a demarcação de talhões no bairro de Beluluane processo esse que esteve temporariamente paralisadoporque durante os trabalhos foram encontrados muitos campos com culturas agrícolas.

“Pensamos terminar nos próximos três meses”, disse.

Segundo a nossa fonte, logo que terminar a demarcação dos talhões iniciar-se-á a distribuição dos mesmos, primeiro pelos anteriores proprietários das machambas ao que se seguirá outros interessados.

A chefe do Posto Administrativo reconhece que o processo é complexo uma vez que até ao momento os donos das machambas não perceberam que as novas medidas vão trazer desenvolvimento nos seus bairros.

A nossa entrevistada referiu que os talhões em demarcações incorporam sítios onde serão erguidas infra-estruturas públicas como postos de saúde, escolas, centros registo e notariado, entre outros.

Actualmente o Posto da Matola -Rio funciona com equipas móveis para o serviço de registo de crianças e reconhecimentos dos documentos. Esta equipa trabalha duas vezes por semana, às segundas e quintas-feiras.

“As pessoas já estão informadas sobre o funcionamento destes serviços. Num dia são atendidas entre 20 e 30 pessoas, mesmo assim achamos que é necessário ter equipas fixas, esse é o nosso desafio”,referiu.

Recorde-se que o Posto Administrativo da Matola conta com 35 mil e 162 habitantes distribuídos em oito bairros. Tem igualmente três centros e um posto de saúde.

Com a ocupação de terras para a construção de várias infra-estruturas tanto para habitação como para actividades económicas, o nível de produção agrícola baixou. Actualmente contribui com apenas15 por cento ao nível do distrito de Boane.  

Abibo Selemane

habsulei@gmail.com

 

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