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Chuva provoca bolsas de fome na Manhiça

Por admin

Texto de Abibo Selemane e Fotos de Jerónimo Muianga

Os Postos Administrativos de Calanga e Josina Machel, do distrito da Manhiça, província de Maputo, poderão registar bolsas de fome este ano, em consequência da chuva que se registou em finais do ano passado e princípios de 2015.

Dados fornecidos pelo administrador do distrito, Artur Chindandali, dão conta que a chuva destruiu cerca de 5 mil e 650 hectares de culturas diversas, deixando três mil e 165 famílias afectadas.

Chindandali referiu ainda que nem todas as áreas inundadas foram perdidas, prevendo-se que a produção seja insuficiente para garantir a segurança alimentar.

Para minimizar o espectro da fome, a administração distribuiu recentemente sementes de milho e de hortícolas diversas às comunidades afectadas. Mesmo assim, Chindandali reconhece que as quantidades não são suficientes para atender às necessidades.

“Fizemos distribuição de sementes, mas não foram suficientes. Brevemente vamos receberuma equipa do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades que vai trabalhar nas comunidades com vista a dar uma informação actualizada sobre a questão da segurança alimentar da nossa população”, referiu.

RECUPERAR A PRODUÇÃO

Os agricultores do distrito da Manhiça não ficaram desanimados com a recente destruição dos seus campos de cultivo. Os mesmos têm vindo a trabalhar arduamente nos últimos tempos de forma a recuperar a produção que foi arrasada pela água.

Trata-se dum desafio que não será fácil de vencer, uma vez que é necessário dinheiro para compra de sementes. Mesmo assim, os produtores acreditam que com os poucos fundos disponíveis conseguirão obter quantidades mínimas para produzir comida para este período, enquanto procuram organizar-se para a próxima campanha.

Actualmente, estão a sachar os campos para posteriormente lançarem a semente de milho ou ramos de batata-doce.

Aida Mabui, agricultora do Posto Administrativo de Calanga, disse à nossa Reportagem que tinha semeado milho e amendoim na sua machamba, mas que tudo foi levado pela chuva.

“A chuva fez muitos estragos, mas achamos que não podemos ficar derrotados. Continuaremos a trabalhar de forma a não morrermos de fome. Já começamos a “mexer” a terra para colocar a batata-doce”, apontou.

Por sua vez, Miguel Júnior, também de Calanga, referiu que está a recomeçar com os trabalhos de produção de comida. Na passada terça-feira estava a limpar os campos e esta semana iniciará com o processo de colocação da semente na terra.

“Estamos mal, perdemos tudo o que tínhamos plantado. Tínhamos milho, amendoim, batata-doce e mandioca. Tudo ficou arrasado,indicou.

Fotos de Jerónimo Muianga

Abibo Selemane

habsulei@gmail.com

 

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