Os transportadores semi-colectivos de passageiros que operam nas rotas que ligam Museu aos diferentes destinos da cidade de Maputo, nomeadamente, Zona Verde, Zimpeto, Michafutene e Malhazine paralisaram, hoje, quarta-feira, as suas actividades devido aos modus operandi da Polícia Municipal.
Os “chapeiros” queixam-se de vários desmandos protagonizados pela Polícia Municipal, desde a proibição de transportarem passageiros em viaturas com vidros fumados e/ou contra o sol, cobranças ilícitas, apreensão das suas viaturas sem justa causa e aplicação de multas de forma sistemática.
Os “chapeiros” dizem que não é possível remover os protectores contra sol dos seus veículos ou substituí-los, porque há viaturas que foram adquiridas já com vidros fumados.
Salvador Macamo, transportador na rota Museu-Malhazine, acusou os agentes da Polícia Municipal de estarem a enriquecer injustamente com base em extorsão dos “chapeiros” ante o olhar impávido e sereno dos órgãos da Justiça, bem sabendo que o enriquecimento à custa de outrem é punível por Lei. “Não vimos a necessidade de remover ou substituir os vidros de carros, que serão outros custos, porque circulamos dentro da cidade”.
Reagindo a esta paralisação dos transportadores semi-colectivos de passageiros, o porta-voz da Polícia Municipal, Joshua Lay, disse que todos os veículos com vidros fumados são obrigados a remover os protectores ou substituir com outros totalmente transparentes. Lay negou qualquer envolvimento da Polícia Municipal nas cobranças ilícitas e outras irregularidades.
Esta paralisação afectou sobremaneira os utentes, muitos deles trabalhadores e estudantes, que chegaram atrasados aos seus afazeres.
Vezes sem conta, “chapeiros” de várias rotas na cidade de Maputo têm recorrido à paralisação alegando corrupção dos agentes da Polícia Municipal.
Idnórcio Muchanga
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