Pelo menos 47.511 casos de malária foram diagnosticados em Fevereiro último, na província de Niassa, cifra que representa um aumento de 12,2 por cento comparativamente aos 42.344
registados no mês anterior.
Entretanto, no mesmo período, o número de pessoas padecendo de diarreias diminuiu de 10.805, em Janeiro, para 9314 em Fevereiro último.
O director provincial da Saúde, Dinis Manuel Viegas, disse que, no cômputo geral, a situação epidemiológica da província do Niassa está estabilizada, apontando como causas do sucesso a forma responsável como as populações acataram as orientações do pessoal da Saúde que, insistentemente, tem aconselhado às comunidades a seguir com rigor medidas de higiene pessoal e colectiva, evitando assim a perda de vidas humanas.
Dinis Viegas saudou ainda alguns distritos que se destacaram na prevenção de doenças resultantes da falta de higiene, apontado como exemplo o distrito e município de Cuamba que viram os casos de cólera reduzirem para apenas dois, durante o período chuvoso.
De recordar que a cidade de Cuamba tem sido ciclicamente assolada por diarreias agudas, nos últimos anos, algumas das quais associadas à cólera, também conhecida por “doença de mãos sujas”.
Dentre os distritos onde foi registado aumento de casos de malária o destaque vai para Majune (34 por cento), Lago (31 por cento) e Maúa (36 por cento), havendo, entretanto os distritos onde a malária reduziu, nomeadamente Sanga (42 por cento), Muembe (12 por cento) e a cidade de Lichinga (21 por cento).
Avaliando a época em que as doenças ocorrem, Dinis Viegas acredita que a situação não é muito gritante como nos anos anteriores, situação que poderá ser atenuada com a recente campanha de distribuição de redes mosquiteiras, conforme disse o nosso entrevistado.
“Neste momento, por exemplo, temos 30 mil redes mosquiteiras para serem distribuídas nas consultas pré-natais”, anunciou Dinis Viegas, para depois referir que em Mecanhelas as autoridades da Saúde vão proceder à distribuição universal de redes mosquiteiras ainda no semestre em curso.
Mecanhelas é dos poucos distritos que no ano passado não beneficiou da distribuição daquele material para a prevenção da malária.
Outra actividade de prevenção da malária programada pela DPS de Niassa, de acordo com o respectivo director, está relacionada com a campanha de pulverização intradomiciliária nas duas cidades da província, nomeadamente Lichinga e Cuamba.
Em relação às diarreias, Dinis Viegas disse que apesar de surtos que se verificam em Cuamba, globalmente, a nível da província esta doença reduziu em 13,8 por cento, em relação ao mês de Janeiro deste ano onde, curiosamente, a maior redução – em mais de metade – se registou em Cuamba, para além de Mecula (25 por cento) e Sanga (45,4 por cento).
Mesmo tendo havido redução no número de casos de diarreias simples, Dinis Viegas revelou o registo, nos últimos 15 dias em Cuamba de casos de diarreias com hidratação grave, “o que nos obriga a internar os pacientes, situação que requer o uso de muitos recursos humanos e financeiros para debelá-la. Até porque onde há internamento há elevados custos para o Estado”, reconheceu Viegas.
