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Caça furtiva prejudica o país

Por admin

Mais de dois mil e seiscentos elefantes foram abatidos na Reserva Nacional de Niassa, entre 2009 e 2011, representando um prejuizo directo para o Estado moçambicano na ordem dos 23,6 milhões 

de dólares americanos, tal como refere um documento apresentado no X Conselho Coordenador do Ministério do Turismo, realizado nos dias 18 e 19 de Julho último, em Metangula, distrito do Lago, em Niassa.

Enquanto isso, um estudo feito na coutada 9, na região central de Moçambique, refere que só num ano, a caça furtiva fez com que a comunidade, que deveria beneficiar das actividades legais, perdesse um valor estimado em 308.000 dólares em oportunidades perdida. Apesar dos custos de operação com a protecção terem sido acrescidos em 600.000 dólares por ano, o valor estimado de perdas anuais de rendimento, só na indústria de safari, foi de cerca de 1.62 milhão de dólares.

De referir que Moçambique possui mais de 24 coutadas e usando os mesmos parâmetros, as perdas seriam na ordem dos 24 milhões de dólares por ano e um custo aproximado no esforço de fiscalização de mais de 1.5 milhão, o que equivale a dizer que as comunidades estão a perder aproximadamente 7.5 milhões de dólares por ano, dinheiro que poderia ser aplicado no seu desenvolvimento.

O estudo refere ainda que o total das perdas com a caça furtiva é de pelo menos de 37 milhões de dólares, o que equivale a 2000 toneladas de carne por ano nas 24 coutadas. Este valor é igual ao montante do orçamento do Estado distribuído a 158 distritos.

Uma reflexão profunda feita em torno da problemática da caça ilegal aponta para uma séria ameaça à segurançla nacional, tendo em conta que o comércio ilegal dos produtos faunísticos e florestais no mundo é actualmente estimado em 19 biliões de dólares por ano, o que o coloca em quarto lugar, atrás de narcóticos, falsificação e tráfico humano.

De recordar que em Moçambique, as áreas protegidas, nomeadamente parques, reservas e coutadas, ocupam cerca de 200.000 Km2 e foram concebidas para proteger uma amostra representativa da biodiversidade do país.

Se os parques e reservas nacionais totalizam mais de 86.000 Km2, as áreas oficiais de concessão para a caça ou coutadas preenchem aproximadamente 50.000 Km2 e as reservas florestais 4.500 Km2, oferecendo ao país um total de 136.000 Km2 de áreas protegidas, ou seja 17 por cento da superfície total donosso país.

TURISMO REGISTA CRESCIMENTO

Uma avaliação feita ao sector do turismo entre os dois conselhos coordenadores – o último foi realizado em 2012, em Mocimboa da Praia, Cabo Delgado – concluiu que a actividade turística no país cresceu significativamente, ao registar 2.200.000 chegadas internacionais, em 2012, contra as 2.012.000 do ano anterior, com uma percentagem de crescimento de 10 por cento.

No que a receitas diz respeito, o país arrecadou, em 2012, 248.000.000 de dólares norte-americanos contra os 231.000.000 de 2011. No mesmo período, o alojamento expandiu para 40.800 camas contra 38.000 e um investimento a rondar nos 640 milhões de dólares, contra quinhentos e quarenta milhões.

Em relação ao emprego, o sector produziu cerca de 43 mil novos postos de trabalho, dos quais 50 por cento foram ocupados por mulheres.

Neste momento, segundo dados divulgados naquele encontro, o país possui uma rede turística com cerca de seis mil estabelecimentos de alojamento, restauração e bebidas, salas de dança e 160 agências de viagens.

No que diz respeito ao lema deste ano “Turismo: pela conservação dos recursos naturais para gerar riqueza e bem-estar”, o ministro do pelouro, Carvalho Muária, disse que a escolha do mesmo veio reafirmar a aposta do governo em desenvolver o turismo, conservar e preservar os recursos naturais e usar de forma sustentável, gerando emprego e renda para as comunidades.

Por seu turno, o governador de Niassa, David Ngoane Malizane, congratulou-se pelo facto de este conselho coordenador ter sido realizado em Niassa, numa fase em que, segundo ele, o governo provincial está apostado em mobilizar diversos parceiros entre investidores privados e públicos para o aproveitamento integral das oportunidades existentes na província. 

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