O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) sugere que os países africanos utilizem as mais diversas formas e fontes de energia, quer convencionais, como renováveis, para assegurar o acesso à energia eléctrica para todos em 2025, por via da diversificação energética.
Neste quadro, entende-se que África deve apostar em fontes renováveis e não renováveis, criação de mercados regionais de energia, sistemas integrados e isolados, redes inteligentes, implementação de incentivos e regulamentos para assegurar o aumento da eficiência, formas inovativas de financiamento, desenvolvimento de projectos bancáveis e reestruturação de empresas de electricidade.
Segundo aquele banco, a capacidade total de geração instalada a nível do continente africano é a mais baixa do mundo (sendo de cerca de 147 GigaWatt, ou seja o mesmo nível que a Bélgica), e o nível de consumo e acesso à electricidade inferior, por exemplo, ao consumo da Espanha.
De igual modo, cerca de 80 por cento da população do continente africano depende de energia de biomassa sólida, ou seja, lenha e carvão vegetal, contribuindo negativamente para a devastação do rico património florestal e com severas implicações na degradação dos recursos naturais.
O BAD fez saber que a escassez de energia e fraca fiabilidade no seu fornecimento redundam em custos anuais da ordem de 2 a 4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), limitando e impedindo o crescimento económico, criação de empregos e influxo de investimentos a nível do continente.
“O défice de energia é hoje uma situação crítica e o principal desafio de desenvolvimento de África. Actualmente, mais de 645 milhões de cidadãos em África não têm acesso à energia e África é o continente com maior pobreza de energia no globo”, ajuntou fonte a que tivemos acesso.
As aspirações do continente Africano são elevadas e o acesso à energia eléctrica deve ser universal em 2025. Para que tal aconteça será necessária uma Nova Ordem Africana em Energia para África. Neste contexto, serão necessários elevados montantes de investimento no sector eléctrico superiores a 55 biliões de dólares na próxima década.
Estas informações foram reveladas durante a Reunião Consultiva de Alto Nível organizada pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), sobre a Nova Agenda de Energia para África, realizada na capital da Costa do Marfim, Abidjan, na qual tomou parte uma delegação da empresa Electricidade de Moçambique (EDM), chefiada pelo Presidente do Conselho de Administração (PCA), Mateus Mangala.
O encontro tinha como objectivo fazer a avaliação das actividades do banco no âmbito do sector de energia em África e a identificação de alternativas e estabelecimento de um “road map” para uma agenda de energia para África através de parcerias transformativas.
Foram, igualmente, discutidos os líderes do sector de energia dentro e fora do continente para que, em conjunto, fossem desenhados os passos da parceria transformativa que ofereça uma maior plataforma para estruturar parcerias com o sector privado, agentes multilaterais e bilaterais e financiamento para resolver os desafios africanos no sector energético.
Idnórcio Muchanga