Nacional

Automobilistas esperam e desesperam

Texto de Abibo Selemane e Fotos de Inácio Pereira

O Instituto Nacional de Transporte Terrestre (INATTER) está a deixar os automobilistas que pretendem renovar as suas cartas de condução com os nervos a flor da pele porque, em alguns casos, nem ao fim de quatro meses (120 dias) consegue satisfazer a demanda.

César Alfinete, um de muitos automobilistas ouvido pela nossa Reportagem no edifício sede da INATTER, na avenida 25 de Setembro, próximo do Mercado Central, contou que no próximo mês de Janeiro vai completar seis meses (!) à espera da emissão da sua Carta de Condução definitiva (2ª via). 

Estou cansado de vir aqui para levantar a minha carta, mas nada. Outras vezes dizem que não há sistema, desabafou.

Domingos Francisco, outro automobilista que se disponibilizou a falar ao domingo, era um homem animicamente destroçado por também não conseguir obter a tão almejada Carta de Condução.

Esta semana devia ter ido à província de Tete buscar um camião mas não consegui porque a minha Carta Temporária expirou e como não há sistema não me conseguem imprimir outra. Agora, se aqui na capital do país o problema é este, imagine-se o que estará a acontecer em Niassa, Tete e Cabo Delgado.”

Sarmento Mulatsane quando abordado foi parco em palavras: “Quando me dirijo ao INATTER dizem que não é possível levantar a carta porque não há sistema. Já não sei se o problema é apenas do sistema ou a carta ainda não foi feita”, disse.

Acho que a inovação do sistema de produção da carta só veio aumentar o problema de atraso da emissão deste documento”, sublinhou Mulatsane.

A nossa equipa de Reportagem escalou por vários dias da semana finda a sede nacional do INATTER para perceber o que efectivamente estava a acontecer.

 No local assistimos o desespero de muitos concidadãos que semanas após semanas vão de manhã cedinho para aquela instituição com a esperança de levantar a respectiva carta de condução e… nada!

Às vezes é o funcionário do balcão que, sem fornecer a mais leve explicação, imprime outra cópia da Carta de Condução Temporária e grita Armando, António, Sebastião, Mafalda, etc, etc. Enquanto os requerentes se atropelam no balcão, o funcionário já saltou para outros afazeres como se aquilo não fosse nada com ele. Mas há mais.

O que preocupa alguns motoristas é não poderem conduzir tranquilamente no estrangeiro, sobretudo na África do Sul, onde muitos moçambicanos se deslocam regularmente em missão de serviço ou em passeio porque alguns reguladores de trânsito naquele país vizinho querem é ver a verdadeira e autêntica carta de condução; nada mais… e não abrem espaço para dialogo algum.

A situação agrava-se quando o interpelado não fala a língua inglesa. O prejuízo acaba sobrando para o moçambicano que leva com uma multa ou é mandado retroceder.

Outro factor que concorre para o azedume dos requerentes é o formato da chamada Carta de Condução Temporária (A-4, tamanho de uma folha normal de impressão ou desenho escolar), o que impossibilita os respectivos portadores de terem-na na sua carteira de documentos.

Aliás, há quem diga que para evitar que o documento se estrague é obrigado a andar com uma revista ou uma pasta também em formato A-4 onde guarda-a para evitar rasuras em resultado da humidade das mãos; pior quando tem de mostra-la a várias brigadas da polícia de trânsito escalonados nas ruas e avenidas da cidade e arredores.

O Site da INATTER

que poucos conhecem

Se por um lado se assiste a um vaivém de automobilistas à sede da INATTER com a esperança de conseguir a almejada Carta, esse esforço seria desnecessário caso houvesse uma maior divulgação do site (webpage) da instituição: www.inatter.gov.mz

A partir do site da instituição é possível, indo para a respectiva janela, saber se  a carta já está ou não disponível, bastando para o efeito a introdução do respectivo número da respectiva carta de condução. Também é possível se o automobilista tem ou não multas pendentes por honrar, etc, etc.

 

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