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ADPP forma promotores de saúde

Por admin

Oito dos dezasseis distritos da província de Niassa passaram a contar com 390 promotores de saúde, depois de a ADPP, através da Fundação Ariel Glaser Contra o SIDA Pediátrico, ter concluído, na passada sexta-feira, na vila municipal de Metangula, distrito do Lago, mais um curso do género com o envolvimento de 36 participantes.

Segundo o gestor do projecto, Arnoaz Draiva, os promotores de saúde ora formados, estão disponíveis para trabalhar nas comunidades e contam com o apoio da Igreja Anglicana-Diocese de Niassa.

No desempenho das suas novas funções, aqueles promotores de saúde ocupar-se-ão, essencialmente, do problema da desnutrição crónica, que afecta grande parte da população de Niassa, particularmente bebés.

Alguns formandos ouvidos pela nossa reportagem disseram que, entre as matérias que fizeram parte do curso, constam “como obter boa prática de confeccionar alimentos nutritivos e saudáveis para pessoas vivendo com problemas de desnutrição”, bem como dotar de noções de como preparar uma mãe para cuidar o futuro dos seus filhos, entre outros ensinamentos ligados aos serviços materno-infantil.

De referir, que Niassa, apesar de ser uma província com solos que produzem alimentos de invejável qualidade nutritiva, a sua população enfrenta problemas sérios de mal-nutrição, chegando a ser uma das províncias com elevadas taxas desta doença, que provoca óbitos em crianças com menos de cinco anos.

A forma de confeccionar os alimentos, se acordo com alguns técnicos da ADPP, faz com que muitas crianças nasçam com baixo peso, para além de que alguns alimentos com altas taxas de nutrição, de produção local, não fazem parte da dieta alimentar de muitas famílias.

 “Em quase toda a província de Niassa, o amendoim é torrado e consumido, em vez de ser usado para acompanhar refeições, principalmente de crianças e pessoas mal-nutritas. O mesmo acontece em relação ao ovo, que é considerado, por muita gente, como sendo alimento para os homens”, denunciou Anastácia Matias, que aconselha as mães grávidas a consumir muito ovo, feijões, frutas, entre outros alimentos, para aumentar o seu peso durante o período de gestação.

Por sua vez, o director provincial de Saúde de Niassa, José Manuel, que procedeu ao encerramento do curso de promotores de saúde, deu a conhecer que a desnutrição crónica na província de Niassa situa-se nos 44 por cento, considerando necessária a intervenção de mais parceiros no combate a este mal, que tende a expandir-se para mais distritos da província de Niassa.

A uma pergunta sobre para quando a reabilitação do Centro de Saúde de Messumba, que neste momento está a funcionar na residência do enfermeiro, depois de derrubado pelas enxurradas que fustigam o Norte de Moçambique, José Manuel referiu que as obras vão iniciar a qualquer momento pois, para o governo, a reposição dos serviços de saúde naquela unidade é considerada de extrema urgência.

“A resposta ideal seria construir um centro de saúde de raiz e grande para garantir que a zona toda seja coberta em matéria de saúde”, anunciou para, depois, revelar que uma unidade sanitária desejável custaria ao governo pouco mais de 19 milhões de meticais, dinheiro que, entretanto, não existe nos nossos cofres.

Vamos construir um centro de saúde ao nível do nosso bolso, gastando entre três e quatro milhões de meticais”, disse, a terminar.

De salientar que, no fim do curso, aos novos promotores foi entregue um kit completo dos serviços de saúde, onde se inclui bicicletas para facilitar a sua locomoção às comunidades vivendo em zonas recônditas.   

André Jonas
andrejonas@yahoo.com.br 

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