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A vida na rua é a escola que nunca frequentei

Por Idnórcio Muchanga

REDACÇÃO

FOTO DE FÉLIX MATSINHE

Chama-se Aniceto Abichaya Guambe ou simplesmente Paulo Festa, um jovem de 21 anos de idade, residente na cidade de Maputo. Passou quase toda a sua infância e adolescência em vários pontos da província de Maputo, em Magoanine, na Guerra Popular, no bairro Estrela Vermelha até em algumas bombas da cidade da Matola. Nessa altura, a sua sobrevivência dependia de restos de comida deitados em contentores de lixo. Hoje, Paulo está “longe” das ruas, levando a sua vida normalmente. Entretanto, referiu que a vida da rua “tornou-me o homem que sou hoje, ensinou-me muita coisa. É a escola que nunca frequentei”.

O domingo conversou com o ex-morador de rua, que contou fragmentos da sua vida de errante até aos tempos que correm. Disse que começou a viver na rua quando tinha 7 anos de idade, numa altura em que a sua mãe estava longe de si e era maltratado pelo seu pai. Este foi, na verdade, o motivo que o levou a abandonar a casa.

Paulo nunca frequentou a escola. Disse que, aos 2 anos de idade, foi desvinculado do convívio com a mãe. “O meu pai dizia que ela me abandonou, por isso fiquei com ele, que acabou tendo outra mulher. A partir daí, ele mudou muito. Passei a sofrer maus-tratos deles. Insultavam-me e cheguei a dormir na varanda das casas dos vizinhos e capoeiras de patos. Naquela altura, era criança. Um dia, abandonei a casa, mas não tinha noção do que era viver na rua”. Afirmou que“até agora não tenho aquela ligação forte com o meu pai”. Leia mais…

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