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A guerra das tarifas

Por admin

Foi uma quinta-feira de agitação, em que se temeu de tudo. As cidades de Maputo e da Matola ficaram praticamente paralisadas na maior parte do dia. Tudo indicava que haveria a reedição dos actos

de 1 e 2 de Setembro do ano passado. tudo por causa da entrada em vigor das novas tarifas de transporte. Felizmente, o que se viveu não passou de longas horas de tensão.

Os transportadores semi-colectivos de passageiros não se fizeram à estrada na quinta-feira 15, do corrente mês, data em que passaram a entrar em vigor as novas tarifas do serviço de transporte.

A retirada dos “chapeiros” não se deveu à ocorrência de tumultos que geralmente se verificam em ocasiões em que há mexidas nas tarifas, mas sim ao receio de eventuais reacções por parte da população.

Nas primeiras horas, não houve qualquer acto de manifestação pelas ruas da cidade, mas ao meio da manhã tudo começou. Pequenos grupos localizados em determinados pontos das duas autarquias, começaram a agir plantando um cenário de se temer, o que resultou no encerramento das actividades comerciais e outrosserviços.

Os autocarros da Empresa Municipal de Transporte (ex-TPM) tentaram em vão suprir a ausência dos transportadores privados nas rotas de ligação para os bairros da capital, e o resultado é que muita gente teve que caminhar longas distâncias a pé para o seu destino.

Em algumas zonas, grupos de jovens oportunistas começaram a protagonizar actos de vandalismo, queimando pneus e lixo, mas o aparato policial montado em determinados pontos acabou fazendo com que aquelas movimentações não se prolongassem.

As viaturas particulares e o transporte interprovincial movimentaram-se ao longo do dia sem sobressaltos, embora a maior parte, por receio, preferiu não se fazer à rua.

Fim do Encurtamento

A agitação popular não tinha como pano de fundo a subida da tarifa do transporte público, mas acabou servindo de chamada de atenção para os “chapeiros” abandonarem a prática do encurtamento de rotas, que os utentes há muito reclamam por lhes ser penalizador.

Ao fim do dia de quinta-feira, as autoridades, através das unidades policiais, reafirmaram que estavam prontas para travar qualquer acto de vandalismo que pudesse ser levado a cabo.

O vereador dos Transportes e Trânsito do Conselho Municipal de Maputo, João Mathlombe, veio a público reafirmar a entrada em vigor das novas tarifas, 7,00 e 9,00 meticais, assim como apelou ao público utente a colaborar com as autoridades no sentido de acabar com o encurtamento de rotas.

Mathlombe chegou mesmo a apelar as pessoas para se recusarem a pagar o transporte antes do fim da viagem, convidado o público utente a ser implacável perante a insistência dos “chapeiros”.

Conscientes de que a “guerra” do encurtamento estava perdida, os transportadores semi-colectivo de passageiros decidiram abandonar aquela prática, por muitos considerada injusta, tendo, no dia seguinte, voltado a operar com normalidade e urbanidade.

Nas primeiras horas de sexta-feira, os transportadores não só trabalharam com normalidade, como também enfrentaram o problema da falta de trocos para dar aos passageiros.

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