Internacional

Zelenskyy em busca de uma causa perdida

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, jurou fazer tudo ao seu alcance para recuperar a Crimeia. Falando na Plataforma da Crimeia, Zelenskyy prometeu usar “todos os meios políticos, legais e principalmente diplomáticos possíveis” para recuperar o território. Embora o objectivo da Ucrânia tenha o apoio dos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e da União Europeia, Zelenskyy parece estar a perseguir uma causa perdida, pois até agora nenhuma das estratégias do seu país ou dos seus aliados foi bem- -sucedida no alcance do objectivo pretendido.

A Crimeia foi anexada ou aderiu, dependendo das lentes que se usam para explicar o sucedido, à Federação Russa em 2014, no contexto de desentendimentos internos na Ucrânia sobre que parceiro abraçar. Outrora parte da União Soviética, com o fim da guerra fria e desmembramento da URSS na Ucrânia criaram-se duas alas: a dos que advogam a continuidade da aliança com a Rússia, país vizinho e no passado “irmão” na União Soviética e a dos que defendem uma integração ao ocidente, aderindo à União Europeia e à OTAN. O conflito entre estas duas alas viria a agudizar-se durante a presidência de Viktor Yanukovych, quando, em 2013, este rejeitou um acordo de maior integração económica com a União Europeia. Eclodiu um conflito cujos contornos levaram à anexação ou adesão da Crimeia à Federação Russa.

Muitos países rejeitaram a anexação/adesão da Crimeia à Rússia e nos seus esforços de pressionar Moscovo a devolver o território estabelecem a Plataforma da Crimeia, que é um fórum que foi estabelecido com o intuito de manter a comunidade internacional atenta à questão da Crimeia. Recentemente, este fórum esteve reunido em Kiev, numa cimeira em que estiveram presentes representantes de mais de 40 países, incluindo todos os trinta membros da OTAN. No final da cimeira foi adoptada uma resolução conjunta, na qual os aliados defendem a necessidade de “terminar pacificamente a ocupação temporária da Crimeia pela Federação Russa” e condena a “anexação” e violação de direitos humanos na península, bem como a sua militarização por Moscovo. Leia mais…

Por Edson Muirazeque *

edson.muirazeque@gmail.com

Artigos Relacionados

Botão Voltar ao Topo