Dentro de uma semana o povo tanzaniano vai, mais uma vez, eleger os seus representantes no parlamento, o seu presidente, em substituição de Jakaya Kikwete, que termina o seu mandato em respeito ao comando constitucional, bem assim, os órgãos locais.
Trata-se da quinta vez que a Tanzânia vai experimentar esse exercício democrático, desde que enveredou por um sistema multipartidário, em 1995, sendo que em todas as rondas o partido Chama Cha Mapinduzi (CCM), fundado pelo professor Julius Nyrerere, saiu vitorioso.
A campanha eleitoral decorre desde 22 de agosto passado. O partido no poder na Tanzânia, escolheu John Pombe Magufuli, 55 anos de idade, um professor de Matemática e Química e actualmente ministro das Obras Publicas, para seu candidato presidencial.
Entretanto, o que chama à atenção para estas eleições é o facto de a oposição ser fundamentalmente constituída por quem vem de dentro do até aqui maior partido nacional, O CCM.
Na verdade, o ex-primeiro-ministro Edward Lowassa, que chegou a ser considerado um dos principais candidatos nas eleições internas no seio do CCM, depois de subalternizado a favor de Magufuli, concorre agora pela União dos Defensores da Constituição do Povo, uma coligação de quatro partidos da oposição.
Por outro lado, o também ex-primeiro-ministro Frederick Sumaye deixou o partido no poder para acompanhar Lowassa. A deserção dos dois políticos são o maior chamariz que tende a pintar as eleições de domingo com cores de certo modo titânicas.
Aventa-se a possibilidade de as eleições serem renhidas quanto foi a sucessão do presidente Kikwete, no seio do Chama Cha Mapinduzi (CCM), no poder desde a independência da Tanzânia em 1964, em que 38 candidatos concorriam para a lugar, o que exigiu sete dias de aproximação de posições, através de votações sucessivas para se chegar a pessoa de John Pombe Magufuli.
Magufuli acabou reunindo 87 porcento dos votos, ante a actual ministra da Justiça Asha-Rose Migiro, assim como a embaixadora da União Africana, em Washington, Amina Salum.
Entretanto, apesar de pela primeira vez o CMM e o seu candidato, John Magufuli terem pela frente uma oposição com planos de lhe fazer uma frente comum, não parece haver reticências quanto ao destino da maioria dos votos dos cerca de 20 milhões de tanzanianos.
Com efeito, o CCM continua a ser, segundo relatos de opiniões avisadas, um grande partido, com uma experiência a respeitar, cuja formação e história ainda remontam dos ideais da Tanzânia unida, próspera e solidária.
