– afirma Dom João Carlos Nunes, Bispo auxiliar da Arquidiocese de Maputo a propósito da resignação de Bento XVI e o conclave que vai eleger o novo Papa
O Secretário da Conferência Episcopal de Moçambique e Bispo auxiliar da Diocese de Maputo, Dom João Carlos Nunes considera a resignação de Bento XVI do cargo do Papa um processo normal e, segundo defendeu, visa a revigorar a igreja católica. O Papa resignou do cargo na última quinta-feira por achar que já não tinha forças para continuar a ser timoneiro da Igreja Católica Apostólica Romana. O seu sucessor será conhecido até a celebração da Páscoa, portanto, a 31 do Março corrente e o conclave para sua eleição deve ser organizado entre 15 e 20 dias após a resignação.
João Carlos que falava numa Conferência de Imprensa convocada para dissipar alguns equívocos sobre as razões que pesaram para a renúncia de Bento XVI e detalhes do próximo conclave que irá proceder a eleição do novo Papa, fez questão de sublinhar que a igreja aguarda com optimismo a eleição do novo timoneiro da igreja católica.
Segundo afirmou, neste momento, mais do que lamentações e ou especulações, os fies são chamados a viver intensamente a sua fé e orar para que o novo eleito seja um homem com mais vigor e capaz de dar novo alento ao Vaticano e a igreja no geral.
“Este momento é de graça e devemos usá-lo para avaliar a nossa fé, isto é, acreditarmos no baptismo que recebemos do Senhor. Com a renúncia de Bento XVI, a igreja está a caminhar para se identificar profundamente com Jesus Cristo, pelo que estamos perante um processo normal, até porque no seu discurso ele frisou que já não tinha forças para continuar devido a sua idade avançada”,disse João Carlos naquilo que foi a primeira reacção da igreja no país desde que foi anunciada a notícia.
Acrescentou que durante os oito anos do pontificado d e Bento XVI, a igreja ganhou um certo dinamismo, sobretudo na nomeação de novos bispos assim como abertura para o mundo.
“Portanto, estão a perguntar se a situação prevalecente, nomeadamente, os escândalos sexuais, a questão do celibato, as revelações bombásticas sobre o Vaticano não teriam cansado o papa? Eu digo que não porque mesmo na entrevista que ele concedeu a um jornalista e até fala disso no seu livro “Luz do Mundo”, foram lhe colocadas essas questões e respondeu que havia esses problemas, mas que não seriam motivos para sua resignação”, disse o Bispo auxiliar da Diocese de Maputo.
Refira-se que o último chefe da igreja católica a renunciar foi Gregório XII, no século XV (1406-1415).
