Precisamos de despolitizar a economia
A avaliação “Doing Business” levada a cabo pelo Banco Mundial tem colocado o nosso país nas proximidades da cauda de uma lista de 190 países. De 2015 a esta parte Moçambique foi caindo do lugar 127 até 138. Nuno Remane, director executivo da Fundação para o Ambiente de Negócios (FAN), diz que a maior parte das barreiras que empurram o país para o fundo daquele ranking é fruto da politização da economia.
Na entrevista que nos concedeu, Nuno Remane fala-nos sobre a visão da FAN em relação às sucessivas quedas de Moçambique no “Doing Business” e recorda que a economia é para ser feita por privados, “com leis claras e não com a politização, que faz com que persistam barreiras intransponíveis e quase sempre de carácter burocrático e administrativo”.
Acrescenta que os homens de negócio devem perder a vergonha de procurar parceiros dentro e fora do país, a esses parceiros se deve dizer abertamente que “não sei fazer e preciso de ajuda”. Segundo Nuno Remane, é isto que falta ao sector privado nacional e que faz com que apenas um pequeno grupo de empresários, geralmente ligado a círculos políticos, aparente estar a singrar.
Era Fundo e agora é Fundação. Qual é a essência dessa mudança?
O Fundo era gerido por uma entidade internacional, DANIDA, enquanto a Fundação é nacional voltada para interceder no ambiente de negócios através de um processo que é liderado por nacionais com base num reconhecimento do Conselho de Ministros de 2016, mas as nossas actividades reais iniciaram este ano.
A DANIDA deixou de financiar?
Continuamos com a DANIDA porque esta entidade sempre acreditou neste projecto. Foi ela que sugeriu a transformação por ter gostado dos resultados do Fundo. É importante que eu refira que estamos abertos a outros financiadores.
Qual é o vosso orçamento?