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Papa nem precisa de tomar posse

Por admin

Pode ser um homem simples, mas em poucas horas tornou-se todo-poderoso. Como Papa tem o poder de um monarca absoluto; deliberativo, executivo e judicial

Jorge Bergoglio deixou, oficialmente de ser um cardeal “simples” e o homem humilde que os relatos internacionais referem, no exacto momento em que disse “sim, aceito”. Aí, em plena capela 

sistina tornou-se o 266º Papa, com poderes absolutos sobre a Igreja Católica. E, sem dúvida, um dos homens mais poderosos do mundo.

O líder da Igreja nem precisa de tomar posse. Basta-lhe aceitar o resultado da votação dos cardeais e fica investido de plenos poderes. Digamos mesmo, de imensos poderes ou não fosse o líder de dois mil milhões de crentes espalhados  pelo mundo e o pastor de milhares de clérigos, religiosas e organizações católicas. Organizações como a Caritas que só por si movimenta mais de 2 mil milhões em apoio directo às populações carenciadas, tocando no terreno duas vezes mais pessoas do que outra organização de apoio internacional.

O líder religioso católico é também, o chefe de um dos Estados mais pequenos mas mais poderosos do mundo. A Santa Sé, esse minúsculo território instalado em Roma, tem 179 embaixadas acreditadas, o que fez dela o segundo Estado com maior número de delegações diplomáticas registadas (a seguir aos EUA). Na missa de entronização, há a cerimónia mais política de todas, a que comparece a bateria mundial de Presidentes e reis, sinal de que o Vaticano não é um “Simples” Estado a que o mundo vire as costas. Acresce que o Vaticano não faz convites as ninguém. Nunca. É assim o protocolo sui generis da Santa Sé.

Como originais são os poderes ilimitados do Papa. Desde logo, é ele quem designa o secretario de Estado e todos os dirigentes dos conselhos Pontificios e das congregações que formam o governo da Igreja. É nele ainda que se concentram os poderes de legislar, executar e julgar sobre todas as matérias da vida da Santa sé. Já para não falar dos assuntos doutrinais onde, a sua palavra é, por dogma de fé classificada como “infalível”. Os códigos e leis internas da Igreja existem e a eles o Papa deve obediência. Mas, verdade seja, pode ter sempre a última palavra. Chama-se motu proprio e significa que, por vontade do Papa, pode, tornar-se norma a seguir por toda a Igreja. 

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